‘Vivo essa ferida todos os dias’, diz sobrevivente cinco anos após chacina de motoristas por aplicativo na Bahia
Camaçari, Bahia – 13 de dezembro de 2024 – Cinco anos se passaram desde a chacina que vitimou três motoristas de aplicativo em Camaçari, na Bahia, e a dor da perda e a luta por justiça continuam presentes na vida de quem sobreviveu à tragédia. Para Jackson Santos, um dos motoristas que escapou com vida naquela noite fatídica de 12 de dezembro de 2019, a lembrança do massacre permanece viva e intensa. “Vivo essa ferida todos os dias”, desabafa o sobrevivente em entrevista concedida nesta sexta-feira.
Na noite do crime, Jackson e mais três colegas foram abordados por criminosos no distrito de Barra do Jacuípe. Os assaltantes, segundo relatos à polícia na época, pretendiam roubar os veículos e pertences dos motoristas. Durante a ação violenta, Admilson de Jesus Santos, Jailton da Silva Santos e Ademário Conceição de Jesus foram assassinados a tiros. Jackson, gravemente ferido, conseguiu escapar e pedir ajuda. O crime chocou a região e gerou indignação pela brutalidade e pela impunidade que, até hoje, cerca o caso.
Apesar do tempo transcorrido, a investigação do caso ainda não chegou a um desfecho. Segundo informações da Polícia Civil da Bahia, à época, 50 policiais participaram das buscas pelos criminosos. Apesar das investigações e da repercussão negativa, apenas um suspeito foi preso, mas foi solto pouco tempo depois. A falta de respostas e a lentidão do processo judicial acentuam a angústia de Jackson e dos familiares das vítimas. A sensação de impunidade alimenta a revolta e a busca incansável por justiça.
Para Jackson, a falta de punição aos responsáveis pela chacina não apenas representa uma falha do sistema judiciário, mas também um risco para a segurança de outros trabalhadores da área. Ele relata a insegurança constante que persiste entre os motoristas de aplicativo, cinco anos após a tragédia que marcou profundamente a comunidade de Camaçari. A memória dos amigos assassinados e a luta por um futuro mais seguro e justo impulsionam sua busca por respostas e sua esperança de que os culpados sejam, finalmente, responsabilizados por seus crimes.
A falta de respostas e o sentimento de impunidade deixam uma marca indelével na vida de Jackson e das famílias das vítimas, um doloroso lembrete de uma noite de terror que continua a assombrar a cidade de Camaçari, cinco anos depois. A luta por justiça segue, impulsionada pela lembrança da violência e pela esperança de um futuro em que crimes como este não fiquem impunes.