Venezuela sobe o tom e acusa Itamaraty de tentar “se passar por vítima”
Venezuela acusa Itamaraty de “vítima” em crise diplomática
– A Venezuela elevou o tom das críticas ao Brasil nesta terça-feira (21), acusando o Itamaraty de tentar se “passar por vítima” na crise diplomática entre os dois países. O governo venezuelano, através de um comunicado do Ministério das Relações Exteriores, afirma que o Brasil “está ativamente envolvido em uma campanha de desestabilização” contra o país, utilizando a crise diplomática como “pretexto” para interferir nos assuntos internos venezuelanos.
A declaração venezuelana se dá em resposta à decisão do governo brasileiro de convocar o embaixador da Venezuela no Brasil, , para “consultas” no dia 17 de fevereiro. O Itamaraty alegou que a medida foi tomada em razão do que chamou de “agressões verbais” do presidente venezuelano contra o Brasil e seu presidente . Maduro teria acusado o Brasil de “interferir” na política interna venezuelana e de apoiar “golpistas” que tentam desestabilizar o governo.
O comunicado venezuelano afirma que as declarações de Maduro são “uma resposta legítima” às “agressões” do Brasil. A Venezuela acusa o governo brasileiro de ter se aliado aos Estados Unidos na tentativa de “derrubar” o governo de Maduro em 2019. O país também critica a postura do Brasil em relação à crise humanitária na Venezuela, alegando que o governo brasileiro “tem se recusado a fornecer ajuda humanitária” e “tem tentado impedir” outros países de ajudar o país.
A crise diplomática entre Brasil e Venezuela se intensificou desde a posse de Lula, que prometeu uma política externa mais engajada na América Latina. O governo brasileiro defende a democracia na Venezuela e a necessidade de eleições livres e justas no país. A Venezuela, por sua vez, acusa o Brasil de “interferir” nos seus assuntos internos e de ser um “cúmplice” dos Estados Unidos na tentativa de “derrubar” o governo de Maduro.
O governo venezuelano reitera que o Brasil “não pode se esconder atrás de uma postura de vítima” e que “deve assumir a responsabilidade por suas ações”. O comunicado termina com uma chamada para o “diálogo e o respeito” entre os dois países, mas ressalta que a Venezuela “não aceitará nenhuma forma de ingerência” em seus assuntos internos.