Venezuela marca para 27 de abril eleições parlamentares e regionais, boicotadas pela oposição



Caracas, 21 de fevereiro de 2023 – O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou oficialmente a realização de eleições parlamentares e regionais para o dia 27 de abril. A decisão, no entanto, foi recebida com forte rejeição da oposição, que já anunciou o boicote ao processo eleitoral, alegando falta de garantias democráticas e transparência.

A plataforma eleitoral abrange a eleição de governadores em 23 estados, além de prefeitos e conselheiros em todo o país. O anúncio do CNE, feito pelo presidente do órgão, Pedro Calzadilla, define o calendário eleitoral que inclui as etapas de registro de candidatos, campanhas e a própria votação. A oposição, representada por diversos partidos, argumenta que o CNE, sob controle do governo de Nicolás Maduro, não oferece condições justas para uma disputa eleitoral. As acusações recaem sobre a falta de independência do órgão, alegando manipulação dos resultados e restrições à participação política de grupos opositores.

A decisão de boicotar as eleições reflete a descrença da oposição na legitimidade do processo. A ausência de uma participação ampla e representativa, segundo analistas políticos, tende a consolidar o poder do partido governista, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), e a minar ainda mais a já frágil democracia venezuelana. A ausência de observadores internacionais independentes também contribui para o descrédito do processo eleitoral junto à comunidade internacional.

A Venezuela enfrenta uma profunda crise política e econômica há anos, agravada pelas sanções internacionais e pelas tensões internas. As eleições de abril se apresentam, portanto, como um novo capítulo desse contexto complexo e polarizado. A decisão da oposição de se manter afastada do processo eleitoral, porém, levanta preocupações sobre o futuro do país e a possibilidade de um aprofundamento do impasse político. A baixa participação esperada pode, por sua vez, legitimar ainda mais o governo de Maduro e dificultar ainda mais a busca por uma solução negociada para a crise. A ausência de um processo eleitoral considerado legítimo e democrático, por fim, prejudica a perspectiva de uma transição política pacífica e democrática na Venezuela.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *