Veja diálogos e o papel dos principais investigados pela PF na ‘trama’ para negociação de sentenças em MT



Juízes e advogados são alvos de operação da PF que investiga venda de sentenças em Mato Grosso

Cuiabá, 27 de novembro de 2024 – A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta terça-feira (27) a Operação “Manuscrito”, que investiga uma suposta organização criminosa voltada para a negociação de sentenças judiciais em Mato Grosso. A operação, que cumpriu mandados de busca e apreensão em Cuiabá, mira juízes, advogados e outras pessoas envolvidas em uma complexa trama que abrange acordos ilegais para influenciar decisões judiciais. As investigações revelam diálogos comprometedores que detalham a suposta compra e venda de sentenças, expondo a corrupção dentro do sistema judiciário mato-grossense.

De acordo com a PF, as investigações tiveram início a partir de denúncias anônimas que apontavam para a existência de um esquema organizado para manipular processos judiciais. As conversas interceptadas, obtidas com autorização judicial, detalham como os envolvidos negociavam valores para garantir decisões favoráveis em processos. A operação visa aprofundar as investigações sobre o envolvimento de cada um dos investigados na suposta organização criminosa.

Entre os alvos da operação estão o juiz da Vara de Execuções Penais de Cuiabá, e os advogados que, segundo a PF, atuavam como intermediários nas negociações. Os diálogos interceptados revelam o detalhamento de acordos que envolviam pagamentos em dinheiro para garantir a libertação de presos ou a modificação de sentenças. As investigações indicam que os valores cobrados variavam de acordo com a complexidade do caso e a influência necessária para garantir o resultado desejado.

A PF não divulgou o valor total movimentado pelo grupo, mas afirma que as provas coletadas até o momento demonstram a existência de um esquema criminoso consolidado. A operação “Manuscrito” também mira a obtenção de informações sobre a extensão da rede de corrupção, buscando identificar outros possíveis participantes e ramificações do esquema dentro do judiciário mato-grossense.

Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços residenciais e profissionais dos investigados. Computadores, celulares e documentos foram apreendidos para análise. Todos os envolvidos serão interrogados e responderão pelos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, tráfico de influência e organização criminosa, previstos no Código Penal Brasileiro. A investigação segue em curso e a PF promete apurar todas as responsabilidades, buscando desvendar a totalidade da trama e punir os responsáveis. A operação reforça a necessidade de transparência e combate à corrupção no sistema judiciário.

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