Valdemar Costa Neto sabia que dados contra urnas eletrônicas eram falsos, conclui PF



Valdemar Costa Neto sabia que dados contra urnas eletrônicas eram falsos, conclui PF

– A Polícia Federal (PF) concluiu que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, tinha conhecimento da falsidade das informações utilizadas para questionar a segurança das urnas eletrônicas. A investigação, que durou meses, apurou que o dirigente partidário recebeu relatórios contendo dados manipulados e, mesmo assim, os divulgou publicamente, alimentando o discurso de fraude nas eleições de 2022.

O relatório da PF, ao qual a CartaCapital teve acesso, detalha a trajetória da disseminação de informações falsas. A investigação demonstra que Costa Neto recebeu, em diversas ocasiões, documentos que apontavam supostas inconsistências no sistema eleitoral, alegando a existência de votos inválidos e divergências entre os números apurados e os registrados nas urnas. Entretanto, a perícia realizada pela própria PF comprovou que esses dados eram inconsistentes e, em muitos casos, totalmente fabricados.

A investigação apontou a participação de diversas pessoas na produção e disseminação dessas informações falsas. A PF identificou um esquema organizado que envolvia a coleta, manipulação e distribuição de dados falsos, com o objetivo claro de deslegitimar o processo eleitoral e o resultado das eleições presidenciais de 2022. O relatório destaca a gravidade da conduta de Valdemar Costa Neto, que, mesmo ciente da falsidade das informações, optou por divulgá-las, contribuindo para a disseminação de desinformação e para a polarização política no país.

Além de Costa Neto, a investigação da PF identificou outros envolvidos na trama, mas seus nomes não foram divulgados no relatório acessado pela CartaCapital. A investigação detalha a forma como os dados falsos foram criados e disseminados, incluindo o uso de plataformas digitais e a participação de assessores e aliados do presidente do PL. A PF destaca a sofisticação do esquema, que utilizou técnicas para camuflar a manipulação dos dados, tornando a identificação da fraude mais difícil.

A conclusão da PF reforça a preocupação com a disseminação de desinformação no cenário político brasileiro. A investigação demonstra a necessidade de mecanismos mais eficazes para combater a produção e a disseminação de notícias falsas, que podem ter consequências graves para a democracia e para a estabilidade do país. O caso Valdemar Costa Neto serve como um alerta sobre a importância da verificação de informações e da responsabilidade na divulgação de dados, principalmente em um contexto de alta polarização política. A PF encaminhará o relatório ao Ministério Público, que decidirá sobre o prosseguimento das investigações e a eventual apresentação de denúncia contra os envolvidos.

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