Trump será mais radical e Brasil terá de separar ideologia de negócios, avaliam assessores de Lula



Brasília, 20 de janeiro de 2025 – A possibilidade de uma vitória de Donald Trump na eleição presidencial americana de 2024 preocupa assessores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em conversas reservadas, eles avaliam que um segundo mandato de Trump significaria uma postura ainda mais radical do governo americano, exigindo do Brasil uma estratégia que separe, de forma pragmática, a ideologia da relação comercial com os Estados Unidos.

A preocupação central reside na provável intensificação das divergências ideológicas entre os governos. A equipe de Lula teme que uma administração Trump adote posições ainda mais agressivas em temas como meio ambiente e direitos humanos, áreas onde já existem divergências significativas. A expectativa é de um aumento da pressão sobre o Brasil em questões como o desmatamento na Amazônia e a defesa dos direitos LGBTQIA+.

Entretanto, a avaliação predominante entre os assessores é a de que o Brasil não pode se dar ao luxo de romper laços econômicos com os EUA, mesmo diante de uma eventual radicalização política por parte de Trump. A importância da relação comercial bilateral para a economia brasileira é considerada inquestionável. O foco, portanto, deve ser na manutenção de uma relação comercial sólida, buscando separar as questões comerciais das disputas ideológicas.

A estratégia sugerida pelos assessores envolve priorizar o diálogo em temas de interesse mútuo, como comércio e investimentos, buscando minimizar os conflitos em áreas de divergência ideológica. A ideia é navegar com pragmatismo pela complexidade da relação bilateral, garantindo os interesses econômicos do Brasil sem comprometer os valores defendidos pelo governo Lula.

A cautela é justificada pela percepção de que um eventual aumento da pressão americana em questões ideológicas poderia trazer impactos negativos para a economia brasileira, especialmente em setores importantes para as exportações. Consequentemente, a busca por um equilíbrio entre a defesa de princípios e a manutenção de relações comerciais saudáveis surge como um desafio fundamental para o governo brasileiro em um cenário de possível segundo mandato de Trump. A prioridade, segundo esses assessores, é a preservação dos interesses nacionais, buscando os melhores caminhos para garantir o desenvolvimento econômico do país.

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