Tragédia de Mariana: Justiça da Inglaterra retoma julgamento da BHP Billiton; veja cronograma
Londres, 14 de janeiro de 2025 – O julgamento contra a BHP Billiton, gigante mineradora australiana, pela tragédia de Mariana, em Minas Gerais, foi retomado nesta segunda-feira na Justiça da Inglaterra e País de Gales. Após um período de interrupção, o processo, que busca responsabilizar a empresa pelo desastre ambiental de 2015, segue agora com um cronograma definido para os próximos meses, prometendo trazer novas reviravoltas a um caso que já se arrasta por anos.
A retomada do julgamento marca um momento crucial para as milhares de pessoas afetadas pelo rompimento da barragem de Fundão, pertencente à Samarco Mineração – empresa controlada pela Vale e pela BHP Billiton. O desastre, ocorrido em 5 de novembro de 2015, causou a morte de 19 pessoas e devastou a região, deixando um rastro de lama que atingiu o Rio Doce e o Oceano Atlântico. A ação judicial no Reino Unido busca responsabilizar a BHP Billiton por negligência e falta de segurança na operação da barragem.
A fase atual do julgamento deve se estender até o dia 29 de março, período no qual serão apresentadas as alegações finais de ambas as partes. Após isso, a expectativa é de que o juiz, ainda não identificado na reportagem, profera sua decisão em uma data posterior, que não foi divulgada. O processo enfrenta complexidades legais e a BHP Billiton já se defendeu reiteradamente, contestando as acusações e afirmando ter cumprido as normas de segurança na época do desastre.
A magnitude do caso e a dimensão internacional do processo conferem extrema importância à retomada do julgamento. A decisão a ser proferida pela justiça britânica terá um peso considerável, não apenas para as vítimas da tragédia de Mariana e para as comunidades afetadas, mas também para o setor minerário global, podendo estabelecer precedentes importantes em relação à responsabilidade das empresas em questões de segurança ambiental. A expectativa é de que o veredito possa trazer um mínimo de justiça e reparação para os danos causados pela tragédia, que continua a assombrar a região e o país anos após sua ocorrência.