Terceirizada da BYD nega trabalho análogo à escravidão na Bahia



Empresa terceirizada da BYD nega trabalho análogo à escravidão na Bahia

– A polêmica sobre as condições de trabalho na fábrica da BYD, em Camaçari (BA), ganhou um novo capítulo. A empresa terceirizada RH Brasil, responsável por parte do processo de contratação de funcionários para a montadora de veículos elétricos, negou veementemente as acusações de trabalho análogo à escravidão levantadas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). A denúncia, divulgada na última semana, atingiu a gigante chinesa e gerou debates acalorados sobre as práticas trabalhistas em suas operações no Brasil.

De acordo com o MPT, a investigação apontou indícios de diversas irregularidades na contratação de mão de obra para a BYD, incluindo a falta de registro em carteira de trabalho para parte dos empregados, além de atrasos salariais e condições insalubres de trabalho. A força-tarefa do órgão, que atuou na fiscalização, constatou a precariedade das condições de trabalho e iniciou ações para regularizar a situação dos trabalhadores envolvidos. O MPT apontou ainda que, durante as inspeções, foram identificadas diversas irregularidades trabalhistas em contratos terceirizados. O número exato de trabalhadores afetados não foi divulgado.

Em resposta às denúncias, a RH Brasil emitiu uma nota oficial negando as acusações de trabalho análogo à escravidão. A empresa afirma estar cooperando integralmente com as investigações do MPT e que todas as suas operações são realizadas dentro da legalidade. A nota também ressalta o compromisso da RH Brasil com os direitos trabalhistas e a garantia de um ambiente de trabalho justo e seguro para todos os seus colaboradores. A empresa se compromete a adotar medidas corretivas e preventivas para evitar a ocorrência de novas irregularidades.

A BYD, por sua vez, ainda não se manifestou oficialmente sobre as acusações, limitando-se a dizer, por meio de sua assessoria de imprensa, que está acompanhando os desdobramentos das investigações. A gigante chinesa, que inaugurou sua fábrica na Bahia em 2022, tem se destacado no mercado brasileiro de veículos elétricos, contudo, a polêmica em torno das condições de trabalho de seus contratados pode afetar significativamente a sua imagem e reputação no país.

A investigação do MPT continua em andamento, e novas informações devem ser divulgadas em breve. O caso demonstra a necessidade de fiscalização rigorosa das condições de trabalho em grandes empresas, principalmente aquelas que utilizam amplamente a terceirização de serviços, a fim de garantir o cumprimento da legislação trabalhista e a proteção dos direitos dos trabalhadores. O desfecho do caso promete impactar a percepção pública sobre a responsabilidade social corporativa e a sustentabilidade nas cadeias de produção.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *