Temperatura média mundial ficou 1,6 °C acima dos níveis pré-industriais em 2024, mostra observatório europeu



Brasília, 8 de agosto de 2024 – O mês de julho de 2024 registrou a temperatura média global mais alta já medida, atingindo 1,6°C acima dos níveis pré-industriais, segundo dados divulgados pelo Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S), do programa europeu Copernicus de Observação da Terra. A informação, publicada na última terça-feira (6), reforça a gravidade da crise climática e a urgência de ações para mitigar seus efeitos.

O relatório do C3S destaca que julho de 2024 superou o recorde anterior de julho de 2023 em 0,33°C, representando um salto significativo na temperatura média global. Samantha Burgess, vice-diretora do C3S, ressaltou a excepcionalidade do mês, afirmando que “não só foi mais quente que qualquer julho anterior, mas também foi o mês mais quente já registrado na história”. A análise do C3S considera dados que remontam a 1940, permitindo uma comparação consistente das temperaturas ao longo do tempo. Os dados analisados incluem medições terrestres e marinhas, fornecendo um panorama abrangente da temperatura global.

A influência do El Niño, fenômeno climático que contribui para o aumento das temperaturas, é apontado como um dos fatores que contribuíram para o recorde de calor em julho. Apesar de sua influência, o C3S enfatiza que as temperaturas excepcionalmente altas observadas vão muito além dos padrões típicos associados ao evento. O relatório destaca que as temperaturas da superfície do mar foram extremamente elevadas em julho de 2024, impulsionadas tanto pelo El Niño quanto pelas mudanças climáticas induzidas pelo homem.

As consequências de temperaturas tão elevadas são devastadoras, com impactos diretos em eventos climáticos extremos, como ondas de calor intensificadas, secas prolongadas e tempestades mais fortes. A elevação da temperatura média global também acarreta o aumento do nível do mar e ameaça a biodiversidade e os ecossistemas do planeta.

A publicação dos dados do Copernicus reforça a necessidade urgente de ações globais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e conter o avanço das mudanças climáticas. A comunidade internacional precisa intensificar os esforços para cumprir os compromissos assumidos nos acordos climáticos internacionais e implementar políticas eficazes de mitigação e adaptação, para evitar consequências ainda mais severas para o planeta e para a humanidade.

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