Tarifas de Trump prejudicam os ‘vulneráveis e pobres’, afirma ONU

Brasília, 27 de junho de 2023 – Um novo relatório da ONU afirma que as tarifas impostas pelo governo de Donald Trump afetaram desproporcionalmente os mais vulneráveis, aumentando os preços de bens essenciais e aprofundando a desigualdade. O estudo, publicado pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), analisa o impacto das políticas comerciais protecionistas implementadas pela administração Trump entre 2018 e 2020, período marcado por uma intensa guerra comercial com a China.
O documento destaca que as tarifas, principalmente sobre produtos chineses, levaram a um aumento significativo nos preços de importação, atingindo diretamente os consumidores de baixa renda. A UNCTAD estima que os aumentos de preços resultantes custaram aos consumidores americanos US$ 125 bilhões em 2020, representando um peso adicional considerável para famílias já em situação de vulnerabilidade financeira.
Segundo a análise da UNCTAD, as tarifas aumentaram os preços de bens de consumo essenciais, como vestuário e calçados, impactando significativamente os lares com menor poder aquisitivo. O estudo também destaca que as medidas protecionistas prejudicaram a competitividade das empresas americanas que dependiam de importações de matérias-primas e componentes, levando a um aumento nos custos de produção e afetando o mercado de trabalho.
A UNCTAD enfatiza que as políticas comerciais devem priorizar o desenvolvimento inclusivo e sustentável, alertando para os perigos de medidas protecionistas que exacerbam a desigualdade e prejudicam os mais pobres. O relatório serve como um alerta para a necessidade de políticas comerciais mais justas e equitativas, que promovam o crescimento econômico sem deixar para trás segmentos da população mais vulneráveis.
O estudo da UNCTAD conclui que as tarifas de Trump, além de ineficazes em alcançar seus objetivos econômicos declarados, tiveram um impacto negativo significativo sobre as famílias americanas de baixa renda, comprometendo sua segurança alimentar e acesso a bens essenciais. O relatório reforça a necessidade de uma abordagem multilateral e colaborativa em relação ao comércio internacional, priorizando o bem-estar de toda a população, e não apenas de certos grupos de interesses.