Soldado israelense deixa o Brasil após juíza mandar PF investigá-lo por crimes de guerra
Soldado israelense deixa o Brasil após ordem judicial para investigação por crimes de guerra
– Um soldado israelense deixou o Brasil nesta terça-feira, 22, após uma juíza federal de São Paulo determinar que a Polícia Federal (PF) investigue sua possível participação em crimes de guerra durante a ofensiva militar em Gaza, em 2014. A decisão, proferida pela juíza Anna Carolina Medina, da 1ª Vara Federal de São Paulo, atende a um pedido do Ministério Público Federal (MPF).
A identidade do militar não foi divulgada pela reportagem da CartaCapital, mas o MPF alegou em sua denúncia que ele teria cometido crimes de guerra na faixa de Gaza, durante a Operação Margem Protetiva, realizada entre julho e agosto de 2014. O pedido de investigação se baseia em um vídeo divulgado na internet que, segundo a acusação, mostraria o soldado em ação durante o conflito. O vídeo, que não foi descrito em detalhes na reportagem, teria sido uma das principais provas apresentadas para embasar o pedido de investigação.
A juíza Anna Carolina Medina, ao acatar o pedido do MPF, destacou a necessidade de apurar as denúncias, considerando a gravidade dos crimes alegados. A magistrada entendeu que o vídeo apresentado como prova é suficiente para iniciar uma investigação preliminar, determinando que a PF ouça testemunhas e tome outras providências para averiguar a participação do militar nos supostos crimes de guerra.
A decisão judicial gerou grande repercussão, principalmente nos meios que discutem direitos humanos e os conflitos internacionais. A repercussão, no entanto, não foi detalhada na matéria da CartaCapital. A saída do soldado israelense do país antecedeu a conclusão das investigações, evitando, pelo menos por enquanto, que ele fosse submetido ao processo judicial no Brasil. As circunstâncias da sua saída e o possível destino não foram divulgados pela publicação.
A investigação da Polícia Federal sobre a possível participação do soldado israelense em crimes de guerra na faixa de Gaza representa um passo importante na busca por justiça e responsabilização por violações dos direitos humanos em conflitos armados. O resultado da investigação, porém, ainda é incerto e dependerá da apuração dos fatos pela PF. A ausência do soldado no país dificulta, certamente, o andamento do processo. O caso, de qualquer forma, coloca em evidência a responsabilidade do Brasil em investigar supostos crimes de guerra, independente da nacionalidade dos envolvidos.