Sob Trump, EUA classificam González Urrutia como ‘presidente legítimo’ da Venezuela
EUA reconhecem Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela sob Trump, mas classificaram González Urrutia como presidente legítimo anteriormente
– Em mais um capítulo da complexa crise política venezuelana, revelações recentes demonstram a mudança na postura dos Estados Unidos em relação ao reconhecimento do governo venezuelano. Embora amplamente conhecido pelo apoio a Juan Guaidó como presidente interino durante o governo Trump, documentos oficiais revelam que, em algum momento, a administração Trump reconheceu Jorge Arreaza como ministro das Relações Exteriores e, consequentemente, González Urrutia, como presidente legítimo.
O artigo publicado pela Carta Capital detalha como a administração Trump, em meio à complexa trama de sanções e embargos, efetuou uma série de transações financeiras com a Venezuela. Essas movimentações, que envolvem o pagamento de dívidas e o acesso a ativos venezuelanos, indicam implicitamente um reconhecimento da legitimidade do governo de Nicolás Maduro, representado por González Urrutia. Os documentos obtidos pela reportagem, no entanto, não especificam a data exata desse reconhecimento ou as razões que levaram a essa decisão aparentemente contraditória com a posição pública estadunidense.
A reportagem destaca a ironia da situação: enquanto os EUA oficialmente apoiavam Guaidó na arena internacional, em bastidores, movimentações financeiras sugeriam uma postura pragmática, reconhecendo de fato o governo de Maduro, apesar das severas sanções impostas. Essa revelação lança nova luz sobre as estratégias adotadas pela administração Trump em relação à Venezuela, levantando questionamentos sobre a coerência e os reais objetivos da política externa americana em relação ao país sul-americano.
A falta de transparência em torno dessas transações levanta preocupações sobre a falta de clareza e consistência da política externa estadunidense em relação à crise na Venezuela. A reportagem da Carta Capital aponta a necessidade de maior transparência por parte do governo americano para esclarecer as contradições entre a retórica pública e as ações práticas durante a gestão Trump. A complexidade do cenário venezuelano, com suas nuances geopolíticas e interesses econômicos, é reiterada por essa descoberta, que ressalta a necessidade de um aprofundamento na análise das relações entre os EUA e a Venezuela. A descoberta também reabre o debate sobre a eficácia das sanções como instrumento de pressão política e a busca por soluções duradouras para a crise venezuelana.