Sob Milei, risco-país da Argentina atinge nível mais baixo desde 2019
Risco-país da Argentina atinge nível mais baixo desde 2019 sob governo de Milei
– O risco-país da Argentina, que mede a percepção do mercado sobre a probabilidade de um país não honrar suas dívidas, caiu para o menor nível desde 2019, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (14). O indicador, calculado pela agência de classificação de risco JP Morgan, fechou em 1.883 pontos, uma queda significativa em relação aos 2.074 pontos registrados na terça-feira (13).
A redução do risco-país ocorre em meio às expectativas positivas do mercado com as primeiras medidas do governo de Javier Milei, eleito em outubro e que assumiu a presidência no dia 10 de novembro. O economista liberal, conhecido por suas ideias de livre mercado, prometeu reduzir o tamanho do Estado, cortar impostos e promover reformas para atrair investimentos estrangeiros.
“A queda do risco-país é um sinal de que o mercado está confiante nas medidas do governo de Milei, principalmente no compromisso de reduzir o déficit fiscal e a dívida pública”, afirmou o economista argentino Juan Carlos De Pablo. “Ainda é cedo para dizer se essa tendência se manterá, mas o mercado está reagindo positivamente às primeiras ações do novo governo.”
Entre as medidas tomadas por Milei estão a redução do imposto sobre os salários, o fim de algumas taxas e a liberação do controle de câmbio. O governo também anunciou que irá reduzir o tamanho do Estado através de um plano de demissões no funcionalismo público.
Apesar do otimismo do mercado, alguns analistas alertam para os desafios que o governo de Milei terá que enfrentar para implementar suas reformas. Entre as dificuldades estão a alta inflação, o alto nível de pobreza e a dívida pública elevada.
“A queda do risco-país é um bom sinal, mas não significa que os problemas da Argentina foram resolvidos”, afirmou a economista argentina Ana Maria Londoño. “O governo de Milei terá que mostrar que tem condições de lidar com esses desafios para que a confiança do mercado se consolide.”
Em relação à dívida pública, o governo argentino negociou com o Fundo Monetário Internacional (FMI) um novo acordo de financiamento, que deverá liberar US$ 7,5 bilhões para o país. O acordo prevê que a Argentina terá que cumprir metas fiscais para receber os recursos.
O governo de Milei terá que provar que consegue cumprir suas promessas e lidar com os desafios da economia argentina para consolidar a confiança do mercado e garantir a estabilidade financeira do país.