Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF preso por interferência na eleição, ganha cargo em SC



Florianópolis, 22 de fevereiro de 2024 – Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) preso preventivamente em outubro de 2022 por suspeita de interferência nas eleições presidenciais de 2022, assumiu um cargo comissionado no governo de Santa Catarina. A nomeação, publicada no Diário Oficial do Estado em 16 de fevereiro, causou indignação e reacendeu debates sobre a responsabilização de agentes públicos envolvidos em atos antidemocráticos.

Vasques foi nomeado para o cargo de Assessor Especial II na Secretaria de Estado da Administração, com salário mensal de R$ 11.555,00. A decisão do governador Jorginho Mello (PL) de contratar o ex-diretor da PRF, que permanece respondendo a processo criminal pela suposta participação em esquema de obstrução do processo eleitoral, gerou críticas de diversos setores da sociedade. A prisão de Vasques, ocorrida em Brasília, aconteceu após investigações que apontam para ações da PRF que teriam favorecido o então candidato Jair Bolsonaro durante o segundo turno das eleições. As investigações, conduzidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), apontaram para operações estratégicas da PRF em regiões com maior concentração de eleitores do então candidato Lula, objetivando dificultar o acesso às urnas.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a atuação da PRF sob o comando de Vasques contribuiu para criar um ambiente de insegurança e desconfiança no processo eleitoral. As ações da corporação, de acordo com as investigações, resultaram em longas filas e dificuldades para o deslocamento de eleitores, especialmente aqueles de baixa renda, que dependiam de transporte público. A nomeação de Vasques em Santa Catarina ocorreu após o término de sua prisão preventiva, embora o processo judicial contra ele ainda esteja em andamento.

A nomeação de Vasques para um cargo público de alto escalão em Santa Catarina levanta questionamentos sobre a efetividade da responsabilização por crimes contra a democracia. Diversas organizações da sociedade civil e partidos políticos já se manifestaram publicamente contra a decisão do governador, exigindo explicações e a imediata revogação da nomeação. O caso ressalta a complexa relação entre a responsabilização de agentes públicos envolvidos em atos antidemocráticos e a efetividade das medidas para garantir a transparência e a lisura dos processos eleitorais no país. O impacto político e a repercussão da nomeação de Silvinei Vasques prometem gerar debates acalorados nos próximos dias.

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