Sertão de Alagoas guarda gravuras e pinturas rupestres feita por ancestrais que viveram na região 9 mil anos atrás



Maceió, 23 de novembro de 2024 – O sertão de Alagoas guarda um tesouro arqueológico impressionante: gravuras e pinturas rupestres criadas por ancestrais que habitaram a região há cerca de 9 mil anos. A descoberta, fruto de pesquisas realizadas por equipes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), revela um capítulo importante da pré-história brasileira e lança luz sobre a vida e a cultura de grupos humanos que viveram na região milhares de anos antes do surgimento das primeiras civilizações.

As pesquisas, iniciadas há mais de uma década, concentraram-se em sítios arqueológicos localizados no município de Piranhas, no sertão alagoano. Segundo os pesquisadores, as gravuras e pinturas rupestres apresentam uma variedade de estilos e técnicas, demonstrando a complexidade cultural desses povos antigos. As imagens incluem representações de animais, figuras geométricas e, possivelmente, símbolos que ainda estão sendo decifrados pelos especialistas.

A professora doutora em arqueologia, Nadja Lyra, da Ufal, destacou a importância da descoberta para o entendimento da ocupação humana no Nordeste brasileiro. “Essas descobertas são fundamentais para a compreensão da história da ocupação humana no semiárido nordestino, que é uma região muito rica em patrimônio arqueológico, mas ainda pouco explorada”, explicou a pesquisadora. A localização dos sítios, em áreas de difícil acesso, contribuiu para a preservação das imagens ao longo dos milênios.

O Iphan já iniciou os procedimentos para a proteção e preservação dos sítios arqueológicos, reconhecendo a relevância do achado para o patrimônio cultural brasileiro. A instituição trabalha em conjunto com as comunidades locais para garantir a segurança e a integridade das pinturas rupestres, buscando conciliar a preservação do patrimônio com o desenvolvimento sustentável da região. As pesquisas continuam, com o objetivo de aprofundar o conhecimento sobre os povos ancestrais que deixaram sua marca na paisagem sertaneja de Alagoas.

A descoberta das gravuras e pinturas rupestres de 9 mil anos no sertão alagoano representa um significativo avanço para a arqueologia brasileira, oferecendo novas perspectivas sobre a história da ocupação humana na região e a riqueza cultural dos povos que habitaram o semiárido nordestino no passado. A preservação desses sítios arqueológicos é crucial para a compreensão do nosso passado e para o fortalecimento da identidade cultural do Brasil.

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