‘Série Rotas’: quadrilhas usam empresas de fachada e ‘laranjas’ para lavar dinheiro de tráfico de drogas e armas
Empresas de fachada: a nova rota para lavar dinheiro do tráfico no Rio de Janeiro
– O tráfico de drogas e armas no Rio de Janeiro está se reinventando. De acordo com uma reportagem do G1, quadrilhas estão usando empresas de fachada e laranjas para lavar o dinheiro proveniente do crime organizado. A estratégia, que se tornou cada vez mais comum nos últimos anos, coloca em risco a segurança pública e dificulta o combate à criminalidade.
A reportagem, parte da série “Rotas”, investiga como as quadrilhas operam nesse esquema. O esquema funciona com a criação de empresas falsas, geralmente com nomes e atividades inofensivas, como comércio de roupas ou serviços de informática. Essas empresas são usadas como fachada para movimentar o dinheiro do tráfico, proveniente da venda de drogas e armas, fazendo com que ele pareça legal.
O dinheiro ilícito é depositado nas contas dessas empresas e depois é retirado por meio de saques, transferências para outras contas ou até mesmo investimentos em outros negócios, dificultando o rastreamento da origem dos fundos.
Segundo a reportagem, a investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) revelou que a organização criminosa Comando Vermelho utiliza esse método para lavar milhões de reais. O grupo, que atua principalmente no tráfico de drogas, cria empresas fantasmas para disfarçar a origem do dinheiro que movimenta.
O MPRJ investiga, ainda, empresas de fachada que oferecem serviços de fachada para movimentar dinheiro ilícito, atuando como “lavadeiras” para diversos grupos criminosos. Entre os serviços oferecidos estão a abertura de empresas, a criação de documentos falsos e a gestão financeira de empresas.
As investigações do MPRJ vêm desvendando esse esquema, mostrando como o tráfico se adapta e utiliza novos métodos para se perpetuar. A utilização de empresas de fachada representa um grande desafio para as autoridades, que precisam aprimorar as ferramentas de combate à lavagem de dinheiro e à criminalidade organizada.
O combate a esse tipo de crime exige uma ação conjunta entre as forças policiais, o Ministério Público e a Receita Federal. É fundamental o desenvolvimento de mecanismos de inteligência para identificar e combater as empresas de fachada, além de fortalecer a legislação e as penas para esse tipo de crime.