Secas reduzem vazão do rio São Francisco para menos da metade em 30 anos, aponta estudo
Secas Intensas Reduzem Vazão do Rio São Francisco em Mais de 50% nos Últimos 30 Anos
Um estudo recente, realizado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), revelou que a vazão do Rio São Francisco, um dos mais importantes do país, diminuiu em mais de 50% nos últimos 30 anos. A pesquisa, que analisou dados de 1990 a 2020, aponta para um cenário preocupante, com impactos significativos na vida de milhões de pessoas que dependem do rio para consumo, irrigação e geração de energia.
De acordo com o estudo, a vazão média do rio, medida na cidade de Piranhas, em Alagoas, caiu de 1.800 metros cúbicos por segundo (m³/s) em 1990 para apenas 800 m³/s em 2020. Essa redução drástica, equivalente a 55%, é atribuída principalmente às secas intensas que vêm assolando a região nos últimos anos. O período de 2012 a 2017, por exemplo, foi marcado por uma das maiores secas já registradas no Nordeste, impactando diretamente o Rio São Francisco.
“A redução da vazão do rio é um sinal claro dos impactos das mudanças climáticas na região”, explica a pesquisadora responsável pelo estudo, a professora Maria do Carmo Silva. “As secas intensas e prolongadas, somadas ao desmatamento e à urbanização desenfreada, estão comprometendo a disponibilidade de água e colocando em risco o futuro do rio”.
O estudo destaca ainda que a redução da vazão do Rio São Francisco impacta diretamente a vida de milhões de pessoas que dependem de suas águas. A falta de água para consumo humano, para irrigação de lavouras e para a geração de energia hidrelétrica se torna cada vez mais evidente. O estudo alerta para a necessidade urgente de ações para mitigar os impactos das mudanças climáticas e garantir a sustentabilidade do rio, como o controle do desmatamento, a recuperação de áreas degradadas e a implantação de sistemas de captação e armazenamento de água.
“A situação é crítica e exige ações imediatas”, enfatiza a professora Maria do Carmo. “É preciso que os governos, as empresas e a sociedade civil se unam para proteger o Rio São Francisco, garantindo a sua preservação para as presentes e futuras gerações”.