Se cortar é preciso, que os mais ricos paguem a conta



É preciso cortar gastos, mas quem deve pagar a conta? Para economista, os mais ricos devem contribuir mais

– O Brasil enfrenta um cenário de necessidade de contenção de gastos, mas a pergunta que fica é: quem deve arcar com essa conta? Para o economista e professor da Universidade de Brasília, Márcio Pochmann, a solução está em aumentar a contribuição dos mais ricos.

Em artigo publicado na Carta Capital, Pochmann argumenta que a atual crise fiscal brasileira é resultado de anos de políticas neoliberais que privilegiaram o corte de impostos para os mais ricos em detrimento de investimentos sociais. Segundo ele, essa lógica levou à concentração de renda e à fragilização do Estado, impactando diretamente os serviços públicos essenciais.

O economista defende que a saída para a crise não está em “achatar a curva” dos gastos públicos, mas sim em aumentar a arrecadação tributária. Para Pochmann, a justiça social exige que os mais ricos contribuam de forma mais significativa para o financiamento do Estado. Ele cita como exemplo o imposto de renda, que deveria ter suas alíquotas reajustadas para que os mais ricos paguem uma parcela maior da tributação.

“O Brasil precisa de um pacto social que priorize a justiça tributária. Não se trata de aumentar impostos para todos, mas sim de garantir que os mais ricos contribuam de acordo com sua capacidade”, afirma Pochmann.

Ele também critica a política de austeridade defendida pelo governo, que, segundo ele, tem como objetivo principal o enfraquecimento do Estado e a privatização de serviços públicos essenciais. “A austeridade é um ataque aos direitos sociais e à democracia. É preciso romper com esse ciclo vicioso”, defende.

Pochmann defende que a saída para a crise está em um novo modelo de desenvolvimento que priorize a justiça social, a democracia e o investimento público. “O Brasil precisa de um Estado forte e atuante, que garanta direitos sociais e promova o desenvolvimento sustentável”, conclui.

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