Saída dos EUA da OMS é ingênua e beira a insensatez, diz ex-diretora



– A decisão do governo americano de se retirar da Organização Mundial da Saúde (OMS) é vista com preocupação por especialistas internacionais. Para Margaret Chan, ex-diretora-geral da OMS, a medida é “ingênua” e “beira a insensatez”. A declaração foi feita em entrevista à CartaCapital, onde Chan analisou as implicações da saída dos Estados Unidos, principal financiador da organização, que contribui com 15% do orçamento total.

A ex-diretora-geral argumentou que a pandemia de COVID-19 expôs as fragilidades de um sistema de saúde global que precisa de cooperação internacional para funcionar eficientemente. Segundo ela, a retirada dos EUA prejudicará a capacidade da OMS de responder a emergências de saúde pública no futuro, incluindo novas pandemias. Chan destacou a importância da OMS para países de baixa e média renda, que dependem fortemente do apoio da organização para combater doenças e fortalecer seus sistemas de saúde. A ex-diretora alertou para o risco de enfraquecimento da OMS em um momento crucial, onde a solidariedade global é essencial para enfrentar a pandemia e conter seu avanço.

Chan também mencionou a importância da ciência e da evidência científica para combater pandemias, e criticou a falta de cooperação e de comunicação transparente observada em alguns países durante a crise da COVID-19. A ex-diretora enfatizou que a desinformação e a negação da ciência são perigosas e podem agravar a pandemia e a crise sanitária global. Ela defendeu a necessidade de um fortalecimento da OMS e de uma maior colaboração internacional para garantir uma resposta mais eficaz a crises de saúde pública no futuro.

A saída dos EUA da OMS, anunciada pelo presidente Donald Trump em julho de 2020, gerou grande debate internacional. A decisão foi criticada por diversos países e organizações internacionais, que a consideraram prejudicial para a saúde global. A contribuição financeira substancial dos Estados Unidos para a OMS, equivalente a 15% do orçamento total, coloca em risco a capacidade da organização de continuar suas operações em todo o mundo. A falta de liderança americana na luta contra a pandemia também é apontada como um fator que agrava a situação global.

Em conclusão, a avaliação de Margaret Chan sobre a decisão americana de abandonar a OMS reforça a preocupação da comunidade internacional. A saída do principal financiador, além de enfraquecer a organização, compromete a resposta global a crises sanitárias futuras e demonstra uma falta de compromisso com a cooperação internacional em um momento crucial para a saúde global. A experiência e a visão de uma ex-diretora-geral da OMS reforçam a gravidade da situação e a necessidade de uma mudança de postura por parte dos Estados Unidos.

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