Rio: 156 pessoas foram baleadas no transporte público desde 2016
No Rio, 156 pessoas foram baleadas em transportes públicos desde 2016
A violência no Rio de Janeiro atinge também os meios de transporte público da cidade. De acordo com um levantamento feito pela plataforma Fogo Cruzado, entre 2016 e junho de 2023, 156 pessoas foram baleadas em ônibus, trens, metrôs e BRTs da capital fluminense. O número representa uma média de um caso a cada 10 dias.
O estudo, que analisou dados de registros de ocorrências policiais, aponta que a maioria das vítimas são jovens, do sexo masculino e moradores de áreas periféricas. Os dados mostram que 52% dos casos ocorreram em ônibus, seguidos por trens (26%), metrô (15%) e BRT (7%).
“O transporte público é um espaço fundamental para a vida da população, mas se tornou um ambiente de risco em função da violência e da sensação de insegurança”, destaca Bruno Paes Manso, sociólogo e pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
O pesquisador destaca que a violência no transporte público se manifesta de diversas formas, incluindo assaltos, tiroteios e até mesmo assassinatos. “É um problema que precisa ser combatido com ações eficazes de segurança pública, mas também com políticas de inclusão social que possibilitem a redução da pobreza e da desigualdade”, afirma.
O levantamento também demonstra a vulnerabilidade dos usuários de transporte público a crimes violentos. A falta de segurança e a sensação de impunidade contribuem para o aumento da criminalidade nestes ambientes. Em muitos casos, as vítimas são atingidas por balas perdidas, vítimas colaterais de confrontos entre criminosos e policiais.
A situação exige ações eficazes do poder público para garantir a segurança dos usuários do transporte público no Rio de Janeiro. A falta de investimentos em segurança pública, a deficiência na investigação de crimes e a impunidade contribuem para a escalada da violência. É preciso um esforço conjunto para reverter este cenário e garantir a segurança dos cidadãos.