Resolução da ANA que estabelece novas normas de operação para Furnas entra em operação no Sul de MG
Novas regras para operação de Furnas entram em vigor no Sul de Minas
Poços de Caldas (MG) – 02/12/2024 – A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) colocou em prática, nesta segunda-feira (2 de dezembro), novas normas de operação para a usina hidrelétrica de Furnas, localizada no Sul de Minas Gerais. As mudanças, publicadas em resolução em outubro, visam garantir um melhor equilíbrio entre a geração de energia e a preservação dos recursos hídricos da região. A decisão impacta diretamente a vazão mínima de água na represa, com consequências para o meio ambiente e para as atividades econômicas da região.
A resolução da ANA estabelece uma vazão mínima de 200 metros cúbicos por segundo (m³/s) para o rio Grande abaixo da barragem de Furnas. Essa medida representa um aumento em relação aos 180 m³/s anteriormente praticados. De acordo com a ANA, o objetivo é melhorar as condições ambientais do rio, especialmente para a manutenção da biodiversidade aquática. A agência afirma que o aumento da vazão contribuirá para a diluição de poluentes e o aumento do fluxo de água, beneficiando a fauna e a flora do ecossistema.
Entretanto, a mudança não agradou a todos. Representantes do setor elétrico argumentam que a elevação da vazão mínima pode afetar a geração de energia da usina, impactando a segurança energética da região. Embora a ANA não tenha quantificado o impacto na produção de energia, a preocupação dos representantes do setor é compreensível, considerando a importância da usina de Furnas para o sistema energético brasileiro. A ANA, no entanto, defende que o aumento da vazão é justificável pelos benefícios ambientais, e que os impactos na produção de energia são aceitáveis dentro do contexto de um desenvolvimento sustentável.
O impacto da nova resolução também se estende às atividades turísticas e de navegação no lago de Furnas, criado pela represa. A alteração na vazão mínima pode provocar variações no nível da água, impactando atividades como pesca e transporte aquático. A ANA afirma estar em contato com os diversos stakeholders afetados pela medida para mitigar possíveis impactos negativos e promover um diálogo aberto sobre as mudanças.
A implementação das novas normas marca um passo significativo na busca por um equilíbrio entre a geração de energia e a preservação ambiental na região do Sul de Minas. A fiscalização do cumprimento da resolução pela ANA será fundamental para garantir a efetividade das novas regras e a minimização de possíveis conflitos entre os diversos interesses envolvidos. A agência continuará monitorando os efeitos da alteração da vazão, realizando avaliações periódicas para assegurar que os objetivos ambientais e energéticos sejam alcançados.