Renda de empreendedoras negras é 60% menor que a de homens brancos, aponta pesquisa
Renda de Empreendedoras Negras é 60% Inferior à de Homens Brancos, Mostra Pesquisa
– A disparidade de renda entre empreendedores no Brasil é gritante, segundo dados da pesquisa “Mulheres Negras no Empreendedorismo”, divulgada nesta quinta-feira. O estudo, realizado pelo Instituto Locomotiva em parceria com a Avon, revela que a renda média das empreendedoras negras é 60% menor do que a dos homens brancos. A pesquisa expõe a profunda desigualdade racial e de gênero que permeia o cenário econômico brasileiro, impactando diretamente a capacidade de ascensão social e financeira de um grupo significativo da população.
O estudo analisou dados de 2.000 empreendedoras negras, evidenciando a complexa realidade enfrentada por este público. Além da diferença significativa de renda, a pesquisa aponta outras dificuldades enfrentadas. 40% das entrevistadas declararam ter recebido menos de R$ 1.500 em seus negócios nos últimos três meses. Esse dado demonstra a precariedade da situação financeira de muitas empreendedoras negras e reforça a necessidade de políticas públicas que visem a inclusão financeira e o acesso a recursos.
Outro dado alarmante apresentado pela pesquisa é que 52% das empreendedoras negras iniciaram seus negócios com recursos próprios, demonstrando a dificuldade de acesso a crédito e financiamento. A dependência de recursos pessoais limita o crescimento e o desenvolvimento de seus empreendimentos, perpetuando o ciclo de desigualdade. A pesquisa também destaca a importância da rede de apoio. 50% das entrevistadas relatam ter contado com o apoio familiar para iniciar os seus negócios, sublinhando a relevância do suporte social para a sobrevivência das suas atividades econômicas.
Além da análise quantitativa, a pesquisa também traz depoimentos de empreendedoras negras, dando voz à experiência de quem vive diariamente as dificuldades relatadas. As narrativas revelam os desafios enfrentados na busca por recursos, na competição com empresas maiores e na manutenção dos negócios em um ambiente marcado pela desigualdade. Essas histórias humanas tornam a pesquisa ainda mais impactante e reforçam a necessidade de ações concretas para combater as desigualdades sistêmicas que afetam as empreendedoras negras.
A pesquisa “Mulheres Negras no Empreendedorismo” apresenta um retrato preocupante da realidade brasileira, destacando a urgente necessidade de políticas públicas que promovam a inclusão econômica e social das mulheres negras. Medidas que garantam acesso a crédito, capacitação profissional e oportunidades de mercado são fundamentais para reduzir as disparidades e construir um cenário mais justo e igualitário. A conclusão inevitável é que o progresso econômico do Brasil só será efetivo quando a inclusão social e a equidade de gênero e raça forem prioridades nacionais.