Relaxamento no controle das fake news pode ter impacto grave em 2026, diz professor sobre decisão da Meta
Relaxamento no controle de fake news preocupa especialistas para as eleições de 2026
– A decisão do Meta de relaxar o controle sobre a desinformação em suas plataformas, anunciada recentemente, acendeu um alerta vermelho entre especialistas para as eleições brasileiras de 2026. O temor é que a medida possa ter um impacto grave na disputa eleitoral, permitindo a proliferação de notícias falsas e a manipulação da opinião pública em larga escala.
Para o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Pablo Ortellado, essa decisão representa um retrocesso significativo na luta contra a desinformação. Ortellado, citado em reportagem da Carta Capital, argumenta que a Meta, que controla o Facebook e o Instagram, demonstra uma “irresponsabilidade colossal” ao reduzir os esforços de combate às fake news. A empresa justifica a mudança alegando que a moderação de conteúdo gera “cenários de censura”. No entanto, para o especialista, a postura da empresa ignora a gravidade do problema e os riscos que ele representa para a democracia.
A reportagem destaca a preocupação com a capacidade das fake news de influenciar o voto dos eleitores, especialmente aqueles mais vulneráveis à manipulação. Ortellado ressalta que, durante as eleições de 2022, o Brasil já vivenciou o impacto devastador da desinformação online, com a disseminação de notícias falsas que distorceram a realidade e contribuíram para um clima de polarização extrema. Ele lembra que a empresa já havia reduzido em 50% o número de funcionários responsáveis pela moderação de conteúdo em 2022, o que, segundo o especialista, antecipava a atual decisão.
A falta de um controle efetivo sobre a disseminação de notícias falsas, somada à proximidade das eleições de 2026, cria um cenário de grande vulnerabilidade para o processo democrático brasileiro, afirma Ortellado. A ausência de uma regulamentação mais robusta, tanto por parte da empresa quanto do governo, agrava ainda mais a situação, permitindo que a desinformação se espalhe livremente e ameace a legitimidade do processo eleitoral. O professor enfatiza a necessidade de uma atuação mais incisiva por parte das autoridades e das plataformas digitais para combater a disseminação de fake news, garantindo a transparência e a integridade das eleições futuras.
Em conclusão, a decisão da Meta de relaxar o controle sobre a desinformação representa um sério risco para a lisura das eleições de 2026. A falta de mecanismos eficazes para combater as fake news, somada à ausência de uma regulamentação mais efetiva, coloca em xeque a integridade do processo democrático brasileiro, exigindo uma resposta urgente e coordenada por parte dos governantes, empresas de tecnologia e da sociedade civil.