Rachada com presidente Noboa, vice do Equador diz que assumirá presidência e gera impasse
Quito, 05 de janeiro de 2025 – O Equador mergulhou em uma crise política profunda neste sábado, após a vice-presidente, Andrea González Náder, anunciar publicamente sua assunção à presidência da República. A decisão ocorre em meio a uma grave ruptura com o presidente Guillermo Lasso Noboa, que se encontra em uma viagem oficial ao exterior, e acende um alerta para um possível impasse institucional no país.
González Náder alegou que a decisão se deve à incapacidade de Noboa governar, afirmando que o presidente está “inelegível” para o cargo. Embora não tenha detalhado os motivos para essa alegação, a vice-presidente, em pronunciamento à imprensa, declarou ter tomado posse do cargo de forma imediata e legitima, assumindo as responsabilidades presidenciais. Seu pronunciamento não esclareceu, entretanto, qual o mecanismo legal utilizado para justificar sua ascensão.
A situação é considerada delicada, uma vez que não existe um consenso claro sobre a legalidade da ação da vice-presidente. A Constituição equatoriana prevê mecanismos de sucessão presidencial em casos de impedimento ou morte do presidente, mas a alegação de “inelegibilidade” apresentada por González Náder carece, até o momento, de sustentação jurídica formal.
A comunicação oficial do governo, por sua vez, ainda não se pronunciou sobre a declaração da vice-presidente, deixando o cenário político mergulhado em incerteza. O silêncio do governo intensifica a tensão e a especulação sobre os próximos passos, com diferentes setores políticos se manifestando sobre o imbróglio.
A oposição se mostra dividida, com alguns grupos apoiando a ascensão de González Náder e outros chamando para a manutenção da ordem constitucional e o retorno de Noboa. O anúncio da vice-presidente gerou protestos em diversas cidades do país, com manifestantes divididos entre aqueles que a apoiam e aqueles que exigem o retorno imediato do presidente.
As próximas horas serão cruciais para definir o rumo do Equador. A comunidade internacional acompanha com atenção os desdobramentos da crise, aguardando uma solução que garanta a estabilidade política e institucional do país. O impasse político criado pela decisão unilateral de González Náder ameaça a governabilidade e a paz social no Equador, gerando incerteza sobre o futuro próximo da nação. A falta de clareza jurídica e a ausência de uma resposta oficial do governo aumentam ainda mais a gravidade da situação.