Psicologia da reclamação: o custo mental, emocional e até físico de reclamar de tudo, sempre
São Paulo, 25 de novembro de 2024 – Reclamar faz parte da vida, mas quando se torna um hábito constante, pode ter consequências negativas para a saúde mental e até física. Um estudo recente aponta que a reclamação excessiva impacta diretamente no bem-estar, gerando estresse, ansiedade e até problemas físicos. A psicologia da reclamação, como é chamada essa área de estudo, revela que essa postura não é apenas um incômodo social, mas um comportamento que pode ter um custo significativo para o indivíduo.
A matéria publicada pelo G1, aborda a análise da psicóloga clínica e especialista em terapia cognitivo-comportamental, Dra. Maria Helena Pereira, que destaca o impacto negativo da reclamação contínua na qualidade de vida. Segundo ela, o foco constante em aspectos negativos gera um ciclo vicioso de negatividade, impactando a capacidade de resolução de problemas e gerando uma sensação de impotência. Esse ciclo pode levar a problemas como a dificuldade em construir relações saudáveis, pois a reclamação excessiva tende a afastar as pessoas. O foco na negatividade também prejudica a capacidade de apreciar os momentos positivos da vida.
O custo físico da reclamação também é significativo. A Dra. Pereira explica que o estresse crônico, frequentemente associado à reclamação constante, pode levar a problemas como dores de cabeça, insônia, problemas digestivos e até problemas cardíacos. A especialista reforça que a reclamação não é sinônimo de busca por soluções, mas sim de uma forma de expressão de frustração e descontentamento sem uma ação efetiva para mudar a situação.
A psicóloga sugere algumas estratégias para lidar com a tendência à reclamação, como a prática da gratidão, o desenvolvimento da autocompaixão e a busca por soluções em vez de se focar apenas nos problemas. A terapia cognitivo-comportamental também é apresentada como uma ferramenta eficaz para identificar e modificar padrões de pensamento e comportamento negativos. A especialista ressalta a importância de se tornar consciente do hábito de reclamar e buscar alternativas mais saudáveis para lidar com as dificuldades da vida.
Em resumo, a reclamação excessiva, longe de ser um comportamento trivial, representa um risco significativo para a saúde mental e física, afetando as relações interpessoais e a qualidade de vida. A busca por estratégias para lidar com essa tendência, com o auxílio de profissionais, se mostra fundamental para a construção de um bem-estar duradouro.