Projeto do criador do ChatGPT já escaneou a íris de 115 mil brasileiros em menos de um mês
– Em menos de um mês, o projeto de biometria íris da Worldcoin, idealizado por Sam Altman, cofundador da OpenAI (criadora do ChatGPT), já coletou dados de mais de 100 mil brasileiros. A velocidade impressionante da coleta levanta questionamentos sobre privacidade e segurança dos dados, especialmente considerando a falta de clareza para muitos usuários sobre o uso das informações coletadas.
O projeto, que visa criar uma identidade digital universal, utiliza uma tecnologia de escaneamento da íris para identificar indivíduos e atribuir-lhes uma “World ID”. Embora a empresa afirme que a coleta de dados respeita as leis de privacidade, o número expressivo de brasileiros que já tiveram suas íris escaneadas em tão pouco tempo acende um sinal de alerta para especialistas em segurança da informação e defensores da privacidade. A rápida expansão do projeto no país demonstra a ambição global da iniciativa, mas também ressalta a urgência de um debate público mais amplo sobre as implicações éticas e práticas da tecnologia de biometria íris em larga escala.
A Worldcoin opera através de estações de coleta espalhadas pelo país, conhecidas como “Orb”. Nessas estações, os usuários realizam um escaneamento da íris para receber a World ID. A empresa garante que o processo é anônimo e que as informações coletadas são criptografadas e protegidas. No entanto, a falta de transparência sobre a infraestrutura de segurança de dados e o uso futuro das informações coletadas gera preocupação. A velocidade da coleta no Brasil, representando mais de 100 mil brasileiros em menos de um mês, supera a implantação em outros países e exige uma análise mais criteriosa do impacto desta tecnologia no cenário nacional.
A ausência de uma regulamentação específica e robusta para o uso de dados biométricos no Brasil acentua a vulnerabilidade dos participantes do projeto. É crucial que as autoridades brasileiras se posicionem e estabeleçam diretrizes claras para garantir a segurança e a privacidade dos dados biométricos coletados, evitando potenciais abusos e protegendo os direitos dos cidadãos. A rápida expansão da Worldcoin no país exige um olhar atento e uma discussão pública transparente sobre os riscos e benefícios desta nova tecnologia. O sucesso e a segurança do projeto dependem não apenas da tecnologia em si, mas também de uma sólida estrutura regulatória e ética.