Problemas no cadastro deixam pescadores sem o seguro-defeso no período de reprodução dos peixes
Pescadores do RN ficam sem seguro-defeso por problemas no cadastro
– A temporada de defeso, período de reprodução dos peixes em que a pesca é proibida, está gerando preocupação para muitos pescadores do Rio Grande do Norte. Problemas no cadastro do seguro-defeso estão deixando centenas de profissionais sem o benefício, comprometendo sua renda e segurança alimentar durante os meses de proibição da pesca.
De acordo com informações do Ministério da Pesca e Aquicultura, cerca de 30% dos pescadores do estado ainda não conseguiram concluir o processo de inscrição no programa, ficando impossibilitados de receber o auxílio financeiro. O valor do benefício varia conforme a categoria do pescador e a região, mas a falta de acesso ao recurso representa um grave impacto para essas famílias, especialmente considerando as dificuldades econômicas enfrentadas pelo setor.
A reportagem do G1 apurou que os principais problemas enfrentados pelos pescadores se concentram em dificuldades com o sistema online de cadastro. A falta de acesso à internet em algumas comunidades pesqueiras, a complexidade do processo e a falta de assistência técnica para auxiliar na inscrição são apontados como as maiores barreiras. Muitos pescadores, sem o domínio das tecnologias digitais, se sentem perdidos e desamparados, relatando frustração e indignação com a situação.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Aquicultura e Pesca (CONTAP) emitiu uma nota criticando a falta de agilidade e eficiência na resolução dos problemas. A entidade exige que o Ministério da Pesca e Aquicultura tome medidas urgentes para solucionar os problemas técnicos e garantir que todos os pescadores elegíveis recebam o benefício antes do início do período de defeso, previsto para o início de 2025.
A falta de acesso ao seguro-defeso ameaça a subsistência de diversas famílias de pescadores do Rio Grande do Norte, comprometendo não apenas a renda, mas também a segurança alimentar de uma população que já enfrenta dificuldades socioeconômicas. A situação expõe a necessidade de políticas públicas mais inclusivas e eficientes, que levem em conta as realidades e as dificuldades de acesso à tecnologia por parte dos pescadores, garantindo assim o acesso a direitos básicos e o apoio necessário para sua atividade profissional.