Primeiro-ministro da Nova Zelândia pede desculpas a sobreviventes de abusos e maus tratos sob cuidados do Estado



Nova Zelândia: Primeiro-ministro pede desculpas a sobreviventes de abusos e maus-tratos em escolas

– O primeiro-ministro da Nova Zelândia, Chris Hipkins, fez um pedido formal de desculpas nesta terça-feira (12) aos sobreviventes de abusos e maus-tratos em escolas do país, reconhecendo que o governo falhou em protegê-los. O pedido de desculpas abrange um período de 70 anos, entre 1950 e 2020, e engloba casos de agressão física, abuso sexual e negligência em diversas instituições.

“Em nome do governo, eu me desculpo profundamente por essas ações horríveis e pelo sofrimento causado a tantos neozelandeses”, disse Hipkins durante uma cerimônia no Parlamento. “Nós falhamos em protegê-los e, por isso, pedimos desculpas. Isso nunca deveria ter acontecido, e nós estamos profundamente arrependidos.”

Segundo a investigação conduzida pelo Royal Commission of Inquiry into Abuse in Care, mais de 100 mil crianças foram abusadas em escolas públicas e privadas, orfanatos, instituições religiosas e outras instituições de cuidado. O relatório revelou que o governo da época era consciente dos abusos, mas não tomou medidas eficazes para protegê-las.

O primeiro-ministro também anunciou a criação de um fundo de 100 milhões de dólares neozelandeses (cerca de R$ 335 milhões) para auxiliar os sobreviventes. “Esperamos que esse fundo possa oferecer algum alívio aos que sofreram”, disse Hipkins.

A ministra responsável pelas respostas ao abuso, Jan Tinetti, afirmou que o pedido de desculpas é apenas o primeiro passo para a reparação dos erros do passado. “O governo está comprometido com o trabalho de cura e reparação para os sobreviventes. Isso inclui apoiar a implementação das recomendações da Comissão Real, garantindo que essas tragédias nunca mais se repitam.”

As desculpas do governo foram recebidas com emoção pelos sobreviventes, que aguardavam esse momento há anos. Muitos expressaram sua esperança de que as desculpas sejam o início de um processo de cura e justiça.

A Comissão Real concluiu seu trabalho em 2023 e apresentou um relatório detalhado com 44 recomendações para prevenir futuros abusos. O governo da Nova Zelândia está comprometido com a implementação das recomendações, buscando criar um sistema de proteção para crianças mais forte e eficaz.

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