Primeiro diretor negro da FAAC relembra plano para extinção da população negra do Brasil e diz que gestão será focada no combate ao racismo
Bauru, 26 de novembro de 2024 – O professor Adilson José de Souza, primeiro diretor negro da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (FAAC) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Bauru, assumiu o cargo com o compromisso de combater o racismo estrutural dentro da instituição. Em entrevista concedida após sua posse, Souza relembrou um plano de extinção da população negra do Brasil e afirmou que sua gestão será pautada por ações efetivas contra a discriminação racial.
Souza, que venceu a eleição para o cargo no dia 22 de novembro, destacou a gravidade da situação. Ele recordou um plano do início do século XX que previa a extinção da população negra no Brasil, demonstrando a necessidade de enfrentamento contínuo do racismo, que, segundo ele, ainda persiste de forma estrutural e institucional. “Eu acredito que o racismo, a questão racial, é o principal desafio para a FAAC neste momento. É um problema estrutural que afeta a instituição como um todo. Não é uma questão pontual, não é uma questão individual”, afirmou o professor.
Para combater essa realidade, o novo diretor pretende implementar uma série de ações. Ele planeja promover debates sobre questões raciais, buscando inclusão e representatividade tanto no corpo docente quanto discente. A intenção é criar um ambiente acadêmico mais justo e equitativo para todos, independente da sua origem étnica. Souza declarou a intenção de buscar uma maior representatividade negra nos espaços de poder da FAAC, além de trabalhar para a inclusão de conteúdos curriculares que abordem a temática do racismo e a história da população negra no Brasil.
A posse de Adilson José de Souza marca um momento histórico para a FAAC, representando um passo importante na luta contra o racismo dentro da instituição. Sua gestão, voltada para a promoção da igualdade racial, coloca a Unesp em Bauru em destaque no debate sobre a necessária transformação das universidades brasileiras em espaços mais inclusivos e representativos. A expectativa é que as medidas propostas contribuam para construir uma comunidade acadêmica mais justa e consciente da importância da diversidade e do combate à discriminação.