Presidente do Panamá envia carta à ONU criticando ameaças de Trump sobre o canal
Presidente do Panamá critica ameaças de Trump sobre o Canal em carta à ONU
– O presidente do Panamá, Laurentino Cortizo, enviou uma carta ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, na qual expressa preocupação com as declarações do então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o Canal do Panamá. Na missiva, Cortizo rejeita as ameaças implícitas de Trump de tomar controle do canal, classificando-as como inaceitáveis e contrárias ao direito internacional.
A carta, datada de 27 de junho, destaca a soberania panamenha sobre o Canal, enfatizando que sua operação e administração são de responsabilidade exclusiva do país. Cortizo argumenta que as declarações de Trump, embora não explicitamente mencionadas na carta, representam uma grave ameaça à soberania nacional e à ordem internacional. Ele reforça que o Canal do Panamá é um bem estratégico para o país e para o comércio global, e que qualquer tentativa de interferência externa é inaceitável.
A carta de Cortizo à ONU vem em resposta a declarações anteriores de Trump, que, embora não detalhadas no texto da reportagem, geraram apreensão no governo panamenho. A reportagem ressalta a preocupação do presidente com a possibilidade de ações unilaterais dos EUA que poderiam violar o tratado que garante a soberania panamenha sobre o Canal, firmado em 1977 e ratificado em 1999. Este tratado, um marco histórico para o Panamá, culminou na transferência do controle do canal do governo dos EUA para o governo panamenho, após décadas de administração norte-americana.
O governo panamenho considera as declarações de Trump como uma tentativa de minar a soberania nacional e reitera seu compromisso com a manutenção da neutralidade e da operação eficiente do Canal do Panamá, fundamental para o comércio internacional. A carta à ONU representa um esforço por parte do Panamá para buscar o apoio da comunidade internacional e fortalecer sua posição frente às potenciais ameaças à sua soberania. Cortizo espera que a ONU se posicione em defesa do direito internacional e da soberania dos países membros, reiterando a importância do respeito aos tratados internacionais.
A resposta da ONU à carta de Cortizo ainda não foi divulgada publicamente. No entanto, a iniciativa panamenha demonstra a importância estratégica do Canal do Panamá e a determinação do governo em defender sua soberania e o papel do canal no comércio global. A situação permanece monitorada com atenção por observadores internacionais e analistas políticos.