Presidente da Ucrânia quer garantias da Otan antes de negociar com a Rússia

Kiev, 16 de fevereiro de 2023 – O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta quinta-feira (16) que não negociará com a Rússia sem garantias de segurança da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). A declaração, feita em entrevista coletiva, reforça a posição inflexível de Kiev em relação à guerra iniciada pela Rússia em fevereiro de 2022 e evidencia a importância da aliança militar ocidental para o futuro do país.

Zelensky reiterou a necessidade de um mecanismo sólido de segurança para a Ucrânia, ressaltando que a adesão à OTAN é crucial para garantir a soberania e a integridade territorial do país. Ele argumentou que, sem tais garantias, qualquer negociação com Moscou seria apenas um “adiamento” do conflito, permitindo que a Rússia se reagrupe e lance novos ataques. O presidente não especificou que tipo de garantias seriam necessárias, mas deixou claro que elas precisam ser robustas o suficiente para dissuadir futuras agressões russas.

A posição de Zelensky contrasta com algumas declarações anteriores de líderes ocidentais que sugeriram a necessidade de Kiev fazer concessões para alcançar uma solução negociada com a Rússia. A firmeza do presidente ucraniano indica que a prioridade de seu governo continua sendo a defesa da integridade territorial e a busca de segurança a longo prazo, mesmo que isso signifique prolongar o conflito. A declaração também gera incertezas sobre o futuro das negociações de paz, que já se mostraram difíceis de serem concretizadas devido às profundas desconfianças entre as partes envolvidas.

A entrevista de Zelensky ocorre em um momento de intensificação dos combates no leste da Ucrânia, com ambos os lados se preparando para novas ofensivas. A declaração serve como um alerta para a comunidade internacional sobre a necessidade de um apoio contínuo à Ucrânia, tanto em termos de assistência militar quanto de garantias de segurança a longo prazo para evitar uma nova escalada do conflito. A postura intransigente de Zelensky coloca uma grande pressão sobre os aliados ocidentais para que definam com clareza seu compromisso com a segurança da Ucrânia e seu papel em qualquer processo de negociação futura. A busca por essas garantias, portanto, se configura como um elemento central para a resolução do conflito na Ucrânia.