Presidente da Coreia do Sul revoga lei marcial, após rechaço unânime de parlamentares



– O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, revogou nesta terça-feira a lei marcial decretada na semana passada, após o Parlamento rejeitar unanimemente a medida. A decisão, tomada após uma sessão extraordinária, encerra um período de incerteza política no país.

O anúncio da revogação foi feito pelo próprio presidente em um pronunciamento à nação, transmitido ao vivo pela televisão. Yoon Suk-yeol justificou a decisão inicial de decretar a lei marcial alegando uma ameaça iminente à segurança nacional, sem, contudo, fornecer detalhes específicos sobre a natureza da suposta ameaça. A medida, que concedia poderes extraordinários às forças armadas, gerou forte reação da oposição e de organizações de direitos humanos, que a consideraram um retrocesso democrático.

A sessão extraordinária do Parlamento, convocada para discutir a lei marcial, foi marcada por um clima de tensão. Todos os 300 parlamentares presentes votaram contra a medida, demonstrando uma rejeição unânime e contundente à decisão presidencial. Após a votação, diversos parlamentares da oposição criticaram duramente a decisão de Yoon Suk-yeol, acusando-o de abuso de poder e de tentar desestabilizar o governo democrático.

Líderes da oposição argumentaram que a lei marcial era desnecessária e que o governo não apresentou provas concretas para justificar a sua implementação. Eles afirmaram que a medida tinha como objetivo silenciar a oposição e reprimir a liberdade de expressão. A preocupação com o impacto da lei marcial na população também foi levantada, especialmente em relação à possibilidade de violações de direitos humanos.

Com a revogação da lei marcial, o país retorna à normalidade constitucional. Entretanto, a polêmica gerada pela decisão presidencial e a reação contundente do Parlamento deixam claro o abalo político que o episódio causou na Coreia do Sul, levantando questionamentos sobre o futuro da relação entre o executivo e o legislativo. A oposição já anunciou que irá investigar os motivos que levaram o presidente a decretar a lei marcial, exigindo total transparência do governo. A repercussão do episódio e as investigações prometidas pela oposição devem marcar as próximas semanas na agenda política sul-coreana.

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