Presidente afastado da Coreia do Sul autorizou Exército a atirar para impor lei marcial, segundo MP



Presidente afastado da Coreia do Sul autorizou Exército a atirar para impor lei marcial, diz promotoria

– A promotoria sul-coreana revelou nesta sexta-feira uma acusação explosiva contra o ex-presidente Lee Myung-bak: o afastado chefe de Estado autorizou o Exército a disparar contra civis para impor a lei marcial, durante os protestos de 2008. A revelação foi feita durante as investigações sobre o caso, que já investigam outros crimes de corrupção e abuso de poder cometidos durante seu mandato. A gravidade da denúncia abala o cenário político sul-coreano, trazendo à tona um capítulo obscuro da história recente do país.

De acordo com a promotoria, Lee Myung-bak, que já enfrenta diversas acusações, ordenou ao Exército que estivesse preparado para usar força letal contra manifestantes durante os protestos de 2008, que reuniram milhares de pessoas em Seul. A ordem, segundo os promotores, visava sufocar a crescente onda de insatisfação popular e impor um estado de lei marcial. A promotoria não especificou o número de mortes que poderiam ter ocorrido caso a ordem fosse executada, limitando-se a afirmar que a intenção era usar a força letal como forma de controlar os protestos.

As investigações da promotoria se estendem além dessa acusação chocante. As autoridades estão apurando outras denúncias de corrupção e abuso de poder contra o ex-presidente, incluindo suspeitas de desvio de fundos públicos e enriquecimento ilícito. Detalhes sobre essas investigações ainda não foram divulgados publicamente, mas a gravidade da acusação referente à ordem de uso de força letal sugere um panorama de irregularidades ainda mais amplo.

O anúncio da promotoria gerou imediatas reações no cenário político. Partidos da oposição pediram uma investigação completa e transparente do caso, enquanto partidos governistas se manifestaram com cautela, aguardando o desenrolar das investigações. A população sul-coreana, por sua vez, encontra-se dividida entre aqueles que pedem justiça e punição severa para Lee Myung-bak, e aqueles que temem um aprofundamento das tensões políticas.

A investigação ainda está em andamento, e a promotoria prometeu divulgar mais informações à medida que o processo evoluir. A repercussão da denúncia, porém, já é significativa, lançando uma sombra sobre o legado do ex-presidente e abrindo um novo e conturbado capítulo na história política da Coreia do Sul. A possibilidade de um ex-presidente ter ordenado o uso de força letal contra seus próprios cidadãos é uma acusação extremamente grave, que certamente terá profundas consequências políticas e sociais nos próximos meses.

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