Por que pais nem sempre devem estar ’em sintonia’ com os filhos
A crença de que pais e filhos devem sempre concordar é um mito, afirmam especialistas. Um estudo recente, divulgado pelo G1, revela que a busca incessante por uma sintonia perfeita pode, na verdade, ser prejudicial ao desenvolvimento individual de ambos. A reportagem destaca a importância da discordância saudável como elemento fundamental para o crescimento e a construção de relacionamentos familiares mais fortes e autônomos.
O texto aborda a complexidade das relações familiares, pontuando que a pressão por uma harmonia constante pode levar a uma falta de espaço para a individualidade, tanto dos pais quanto dos filhos. A imposição de opiniões e a supressão de conflitos podem resultar em problemas de comunicação, falta de autonomia nos filhos e até mesmo a dificuldade em lidar com frustrações na vida adulta.
A psicóloga clínica e professora da PUC-SP, Dra. Ana Beatriz Nascimento, alerta para os perigos dessa busca pela sintonia perfeita. Segundo ela, “a criança precisa aprender a lidar com a frustração, com o não, para desenvolver sua resiliência”. A especialista destaca que o diálogo, mesmo em meio a discordâncias, é crucial para o aprendizado e o desenvolvimento da criança. Ela enfatiza a importância de os pais ajudarem os filhos a construírem seus próprios pontos de vista e a argumentarem suas posições, mesmo que diferentes das dos pais.
O estudo citado pela reportagem não apresenta percentuais específicos de problemas decorrentes da busca pela sintonia completa, mas ilustra, por meio de exemplos práticos, como a falta de espaço para a divergência pode ser prejudicial. A reportagem salienta a diferença entre discordância saudável e conflito disfuncional, esclarecendo que o primeiro é um processo natural e construtivo do desenvolvimento, enquanto o segundo deve ser trabalhado com auxílio profissional.
Em resumo, a matéria do G1 evidencia que a busca incansável por uma sintonia perfeita entre pais e filhos pode ser contraproducente. A discordância saudável, mediada pelo diálogo e pelo respeito mútuo, é essencial para o desenvolvimento da autonomia, da resiliência e de relacionamentos familiares mais saudáveis e duradouros. Os pais devem ser orientadores e incentivadores do desenvolvimento da individualidade de seus filhos, mesmo que isso signifique divergir em alguns pontos. A reportagem deixa claro que a meta não é a ausência de conflitos, mas sim a construção de um ambiente familiar que valorize a comunicação aberta e o respeito à individualidade de cada membro.