Por que humanos não podem beber água do mar, ao contrário de baleias e golfinhos
Brasília, 05 de janeiro de 2025 – A sede em uma ilha deserta pode parecer um cenário de filme, mas a realidade é bem diferente da ficção. Enquanto personagens de cinema frequentemente bebem água do mar para sobreviver, na vida real, essa ação pode ser fatal. A diferença reside na fisiologia dos animais marinhos e a nossa, e a explicação é mais complexa do que apenas “água salgada”.
O artigo publicado pelo G1 explica que a ingestão de água do mar por humanos é prejudicial devido à alta concentração de sal. Nosso corpo necessita de um equilíbrio hídrico preciso, e o excesso de sal da água do mar força os rins a trabalharem muito mais para eliminar o sódio. Para excretar o sal ingerido, o corpo precisa de mais água do que a consumida, resultando em um déficit hídrico ainda maior. Este processo de osmorregulação, que em animais marinhos como baleias e golfinhos é eficiente, nos humanos torna-se um ciclo vicioso de desidratação.
Para exemplificar, o artigo destaca que a água do mar contém cerca de 35 gramas de sal por litro, uma concentração significativamente alta para o corpo humano processar. Comparativamente, a concentração de sal no nosso sangue é muito menor, cerca de 9 gramas por litro. Essa diferença osmótica faz com que a água seja puxada para fora das células, em vez de ser absorvida, intensificando a desidratação. Para piorar a situação, beber água do mar também pode levar a vômitos e diarreia, acelerando ainda mais a perda de líquidos e eletrólitos.
Animais marinhos como baleias e golfinhos, diferentemente dos humanos, possuem mecanismos fisiológicos eficientes para lidar com a alta concentração de sal. Eles dispõem de rins e glândulas especiais que permitem a excreção de sal de forma muito mais eficaz. Essas adaptações evolutivas são cruciais para a sua sobrevivência no ambiente marinho.
Em resumo, beber água do mar não é uma solução para a desidratação em humanos. A alta concentração de sal na água do mar leva a um ciclo vicioso de desidratação, potencialmente fatal. A fisiologia humana difere significativamente da de animais marinhos adaptados a esse ambiente, tornando a ingestão de água do mar uma prática extremamente perigosa. A melhor alternativa em situações de emergência continua sendo buscar outras fontes de água potável ou, na ausência delas, utilizar técnicas de coleta e armazenamento de água da chuva.