Policial civil que matou quatro colegas em delegacia recebe laudo de insanidade mental por tentativa de homicídio de companheiro de cela, no Ceará
Fortaleza, 30 de novembro de 2024 – O policial civil que matou quatro colegas em uma delegacia em Fortaleza, em 2023, não será julgado pelo crime. Um laudo pericial concluiu que o agente, identificado como Thiago Braz Silva, era incapaz de entender o caráter ilícito de seus atos no momento do crime, por conta de um quadro de insanidade mental. A decisão foi divulgada nesta sexta-feira (30) e encerra a investigação criminal sobre o caso.
O brutal crime chocou o Ceará e o Brasil. No dia 28 de fevereiro de 2023, Thiago Braz Silva, que estava de serviço, abriu fogo contra seus colegas na Delegacia de Combate à Repressão a Roubos e Furtos de Veículos (DCRFV), localizada no bairro de Messejana, em Fortaleza. As vítimas foram identificadas como os policiais civis Elias Pereira de Sousa, Francisco de Assis Pereira, Paulo Henrique Paiva e Diego Alves de Oliveira. Todos foram atingidos por disparos de arma de fogo.
De acordo com as investigações, o policial utilizou a sua própria arma de serviço para cometer o crime. A motivação permanece obscura, mas o laudo pericial aponta para uma condição de saúde mental que o tornou incapaz de responder por seus atos. A perícia foi realizada e a conclusão foi apresentada ao Poder Judiciário. Após análise, a Justiça cearense acatou o laudo, determinando que o policial não será submetido a um processo criminal.
A decisão, embora encerre a investigação criminal, gerou controvérsia e levanta questionamentos sobre a saúde mental de policiais e as medidas de prevenção que poderiam ser tomadas para evitar tragédias semelhantes. Familiares das vítimas expressaram sua frustração com o resultado, argumentando que a justiça não foi feita. O laudo de insanidade mental, no entanto, impede que Thiago Braz Silva seja responsabilizado criminalmente pelo ocorrido.
O destino de Thiago Braz Silva agora dependerá da avaliação de especialistas em saúde mental. Ele deverá ser submetido a tratamento especializado e o acompanhamento do seu estado mental será contínuo. O caso deixa um rastro de dor e incertezas, evidenciando a complexidade de eventos envolvendo saúde mental e crimes violentos. O episódio permanece como um triste marco na história da segurança pública cearense.