PMs presos faziam escolta de delator do PCC; polícia ainda não sabe quem é o mandante



São Paulo, 16 de janeiro de 2025 – Uma megaoperação desencadeada na manhã desta quarta-feira, 16 de janeiro, resultou na prisão de 15 policiais militares acusados de envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC). A ação, batizada de Operação Ethos, é resultado de uma investigação de dois anos conduzida pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e pela Corregedoria da Polícia Militar, com o apoio da Polícia Civil. As investigações revelaram um esquema criminoso que envolvia policiais fornecendo informações privilegiadas à organização criminosa, além de participação em roubos e outros crimes.

De acordo com o MP-SP, a operação cumpriu 22 mandados de prisão preventiva e 34 mandados de busca e apreensão, em endereços localizados nas cidades de São Paulo, Guarulhos e Osasco. Os policiais militares presos atuavam em diversas áreas da capital paulista e região metropolitana, e são suspeitos de repassar informações sigilosas para o PCC, como datas e locais de operações policiais, além de auxiliar na fuga de criminosos. A investigação aponta para o pagamento de propina em troca dessas informações privilegiadas.

Um dos pontos cruciais da operação foi o depoimento de um delator, que forneceu detalhes sobre as ações do grupo criminoso dentro da PM. Suas declarações foram fundamentais para a coleta de provas, que inclui interceptações telefônicas e monitoramento das movimentações dos policiais suspeitos. O MP-SP afirma que as provas coletadas demonstram a existência de uma rede de corrupção dentro da instituição, comprometendo a segurança pública e a credibilidade da força policial.

Entre os crimes atribuídos aos policiais presos estão formação de quadrilha, corrupção passiva, tráfico de drogas, roubo e porte ilegal de arma de fogo. O Ministério Público salientou a gravidade da situação, destacando a infiltração do PCC na instituição policial e o comprometimento da segurança pública da região. Os policiais presos serão encaminhados para um presídio militar, onde permanecerão à disposição da Justiça.

A Operação Ethos representa um duro golpe contra a atuação criminosa dentro da Polícia Militar e demonstra a necessidade de contínuas investigações para combater a corrupção e garantir a eficiência das forças de segurança pública. As investigações continuam, visando identificar outros possíveis envolvidos no esquema e desmantelar completamente a organização criminosa. A Corregedoria da PM-SP afirmou que irá colaborar integralmente com as investigações e que medidas disciplinares serão tomadas contra os policiais envolvidos.

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