Plano da Austrália de banir crianças das redes sociais se mostra popular e problemático
Plano australiano de banir crianças das redes sociais gera apoio, mas levanta questões complexas
– A proposta do governo australiano de proibir crianças de utilizarem redes sociais até os 16 anos de idade tem ganhado popularidade, mas também levantado preocupações sobre sua viabilidade e impacto. A medida, que ainda está em fase de discussão, já conta com o apoio de 70% dos australianos, segundo pesquisa recente.
A ideia central do plano é proteger os menores de idade dos perigos do uso excessivo das redes sociais, como assédio online, cyberbullying e exposição a conteúdo inadequado. O governo argumenta que, além de garantir a segurança das crianças, a medida também incentiva a interação social e o desenvolvimento de habilidades essenciais na vida real, como comunicação e empatia.
“É importante que as crianças tenham a oportunidade de crescer e se desenvolver sem a pressão e os perigos das redes sociais”, afirmou a ministra da Tecnologia da Austrália, Tanya Plibersek. “Nossas pesquisas mostram que o uso excessivo de plataformas digitais pode ter impactos negativos na saúde mental e no bem-estar das crianças.”
No entanto, especialistas e organizações de direitos digitais apontam desafios para a implementação da medida. Uma das principais preocupações é a dificuldade de monitorar o acesso às plataformas online e impedir que crianças acessem as redes sociais por meio de contas falsas ou dispositivos de outras pessoas.
Outro ponto controverso é a definição de “redes sociais”. A medida abrangeria todas as plataformas online, incluindo aplicativos de mensagens instantâneas e jogos online, o que poderia gerar debates sobre o escopo da proibição.
“O plano é bem-intencionado, mas precisa ser implementado de forma inteligente e realista”, disse o diretor da organização australiana de direitos digitais, Alex Smith. “É preciso encontrar um equilíbrio entre proteger as crianças e garantir que elas tenham acesso à tecnologia e aos benefícios que ela oferece.”
Apesar das dúvidas, o governo australiano se mostra determinado a seguir em frente com a proposta. A próxima etapa será a realização de consultas públicas para ouvir a opinião da sociedade e definir os detalhes do plano. A expectativa é que a lei seja implementada em 2026, caso seja aprovada pelo Parlamento australiano.