PF faz operação contra grilagem e afasta diretor de órgão ambiental do Amazonas
Operação da PF desarticula grilagem e afasta diretor de órgão ambiental no Amazonas
Manaus (AM) – Uma operação da Polícia Federal (PF) deflagrada na manhã desta quarta-feira (23) desarticulou um esquema de grilagem de terras na região amazônica e afastou o diretor-presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), ordemar de Oliveira Filho. A ação, batizada de “Operação Jaci”, investiga crimes contra a administração pública, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A investigação durou um ano e meio, e resultou em 18 mandados judiciais expedidos pela 6ª Vara da Justiça Federal no Amazonas, sendo 11 mandados de busca e apreensão e sete mandados de condução coercitiva.
De acordo com a PF, o esquema criminoso envolvia a utilização de documentos falsos para apropriação irregular de terras públicas. As investigações apontam que o grupo criminoso, do qual Oliveira Filho faz parte, se apropriou de cerca de 15 mil hectares de terras no município de Autazes (AM). As áreas griladas eram de preservação ambiental e, com a ação criminosa, foram desmatadas e utilizadas para exploração madeireira ilegal. As investigações revelaram que o grupo utilizava empresas de fachada para dissimular a verdadeira origem dos recursos obtidos com a venda da madeira extraída ilegalmente.
Durante as buscas e apreensões, a Polícia Federal apreendeu diversos documentos, computadores, celulares e outros materiais que servirão como provas na investigação. O material apreendido será analisado para comprovar a participação dos investigados nos crimes. Além do diretor do Ipaam, outras pessoas ligadas ao esquema foram conduzidas coercitivamente para prestar depoimentos. A operação contou com a participação de 80 policiais federais.
A “Operação Jaci” demonstra o esforço das autoridades em combater os crimes ambientais e a corrupção na Amazônia. O afastamento do diretor-presidente do Ipaam demonstra a gravidade das acusações e a necessidade de uma investigação rigorosa para apurar a responsabilidade dos envolvidos. As investigações continuam em andamento, e novas prisões e apreensões podem ocorrer nos próximos dias. A expectativa é de que a operação contribua para a recuperação das áreas desmatadas e a punição dos responsáveis pelo crime ambiental.