PF aponta omissão de Mauro Cid e pede anulação de delação
Polícia Federal aponta omissão de Mauro Cid e pede anulação de delação premiada
– A Polícia Federal (PF) recomendou a anulação da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Em documento enviado à Justiça, a corporação apontou omissões relevantes nas informações prestadas por Cid, consideradas graves o suficiente para questionar a validade do acordo de colaboração.
O documento, protocolado no Supremo Tribunal Federal (STF), detalha as inconsistências encontradas nas declarações de Cid. A PF destaca a falta de informações cruciais sobre os eventos investigados, considerando que o depoimento prestado pelo tenente-coronel não forneceu elementos suficientes para a elucidação completa dos fatos. A investigação da PF destaca a omissão de detalhes sobre a participação de Cid em atos relacionados aos ataques golpistas de 8 de janeiro. A falta de transparência e a aparente intenção de ocultar informações relevantes são os principais pontos levantados pela corporação para justificar o pedido de anulação.
A delação de Mauro Cid, firmada em maio deste ano, havia sido vista como um importante avanço nas investigações sobre os atos golpistas de 8 de janeiro e outros crimes relacionados. O acordo previa a entrega de informações relevantes em troca de uma pena reduzida. No entanto, a avaliação da PF indica que as informações fornecidas não atenderam às expectativas, prejudicando o andamento das investigações e comprometendo a credibilidade do acordo.
A decisão de pedir a anulação da delação é um golpe significativo para a procuração geral da República (PGR) e para as investigações em andamento. A PGR precisará agora reavaliar a estratégia e decidir os próximos passos, podendo optar por novas negociações com a defesa de Cid ou seguir com o processo sem o benefício da delação. A decisão judicial sobre o pedido da PF terá impacto direto sobre o curso das investigações e o futuro jurídico de Mauro Cid.
A anulação da delação, caso acatada pelo Judiciário, representaria um revés importante para as investigações, que já enfrentavam dificuldades na obtenção de provas e depoimentos consistentes. A PF deixa claro em seu documento que a omissão de Mauro Cid compromete a eficácia das investigações e, por consequência, a busca pela justiça. O caso permanece em aberto, aguardando a decisão da justiça sobre o pedido da Polícia Federal.