Periquito-cara-suja retorna à Caatinga nordestina após 114 anos
Periquito-Cara-Suja retorna à Caatinga após 114 anos de ausência
Fortaleza, 15 de dezembro de 2024 – Depois de 114 anos sem avistamentos, o periquito-cara-suja ( ) voltou a ser observado na Caatinga nordestina. A confirmação, divulgada neste domingo pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), marca um evento significativo para a conservação da biodiversidade brasileira e reaviva as esperanças para a recuperação da espécie. A redescoberta ocorreu em uma área de cerca de 200 hectares de Caatinga preservada, no município de Mombaça, no Ceará.
O periquito-cara-suja, também conhecido como periquito-de-cara-roxa, foi declarado extinto na região em 1910. Sua população sofreu um declínio acentuado devido à degradação do habitat, principalmente pelo desmatamento para atividades agrícolas e pecuárias. A caça predatória também contribuiu para a diminuição do número de indivíduos. A ausência de registros por mais de um século levou à preocupação com a possibilidade de extinção definitiva da espécie em todo o nordeste.
A observação recente, resultado de um esforço de monitoramento de longo prazo, é considerada um sucesso para os projetos de conservação na região. Pesquisadores e ambientalistas comemoram o retorno do periquito-cara-suja como um sinal de que as iniciativas de preservação da Caatinga estão mostrando resultados positivos. O Ibama destacou a importância da proteção dos remanescentes de Caatinga para a sobrevivência da espécie, enfatizando a necessidade de ações contínuas de combate ao desmatamento e à caça ilegal.
O retorno do periquito-cara-suja representa uma pequena, mas significativa, vitória na luta pela preservação da biodiversidade brasileira. A descoberta reforça a importância da manutenção de áreas de preservação ambiental e demonstra que, mesmo após longos períodos de ausência, a natureza pode se recompor, oferecendo esperança para a recuperação de outras espécies ameaçadas de extinção na Caatinga e em outras regiões do Brasil. A equipe de pesquisadores planeja agora monitorar a população recém-descoberta para avaliar seu tamanho, distribuição e comportamento, buscando entender as razões por trás do seu retorno e assegurar sua sobrevivência a longo prazo.