Parlamento alemão decide sobre fim do governo Scholz
Berlim, 26 de setembro de 2023 – O Bundestag, parlamento alemão, rejeitou nesta terça-feira (26) uma moção de censura contra o chanceler Olaf Scholz, do Partido Social-Democrata (SPD). A votação, que ocorreu em meio a crescentes críticas ao governo, resultou em uma vitória apertada para Scholz, mas expôs a fragilidade de sua coalizão de governo e o crescente descontentamento com sua gestão.
A moção de censura, apresentada pela oposição de direita, liderada pela União Democrata Cristã (CDU) e pela União Social Cristã (CSU), acusou Scholz de lidar ineficientemente com a crise energética, a inflação galopante e a guerra na Ucrânia. Os críticos apontaram, em especial, a lentidão na resposta do governo a esses desafios e a falta de uma estratégia clara para enfrentá-los. A oposição argumentou que a incapacidade do governo em lidar com essas questões representa uma ameaça à estabilidade do país.
Apesar das fortes críticas, a moção de censura foi derrotada com 396 votos contra e 229 a favor. A votação expôs as divisões dentro do próprio bloco governista, formado por SPD, Verdes e FDP. Embora a maioria tenha votado a favor de Scholz, a margem apertada da vitória sinaliza o desconforto de parte dos parlamentares com o desempenho do governo.
A abstenção de alguns membros da coalizão governista, embora não tenha definido o resultado, contribuiu para acentuar a percepção de fragilidade do governo Scholz. A falta de unidade dentro da coalizão, somada às críticas da oposição, coloca o chanceler em uma posição delicada.
Apesar da sobrevivência da coalizão, o desgaste político para Scholz é inegável. A votação reflete uma crescente insatisfação popular com a sua gestão, que vem sendo impactada por uma série de fatores, incluindo o aumento dos custos de vida e os desafios geopolíticos relacionados à guerra na Ucrânia.
A reação do chanceler Scholz à derrota da moção de censura ainda não foi divulgada, mas espera-se que o governo busque, nos próximos meses, medidas para recuperar a confiança da população e fortalecer a coesão interna da sua coalizão, visando mitigar os efeitos da crescente pressão política. O futuro do governo Scholz, embora por enquanto mantido, permanece incerto.