Para militares, Bolsonaro virou ‘passageiro da agonia’ após prisão de Braga Netto
Bolsonaro virou “passageiro da agonia” após prisão de Braga Netto, dizem militares
– A prisão do general Carlos Alberto Santos Cruz, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Bolsonaro, em 11 de dezembro de 2024, provocou um forte impacto no núcleo duro de militares que apoiava o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo relatos obtidos pelo blog da jornalista Andreia Sadi, no portal G1, a prisão de Braga Netto abalou significativamente a confiança no grupo e alterou a percepção sobre o futuro político de Bolsonaro. A sensação entre esses militares, segundo as fontes ouvidas pela jornalista, é de que Bolsonaro se tornou um “passageiro da agonia”.
A reportagem destaca o crescente pessimismo dentro do grupo de militares bolsonaristas. A prisão de Braga Netto, considerado uma figura de grande influência dentro desse núcleo, é interpretada como um sinal de que a força-tarefa da Operação Lesa Pátria está avançando em suas investigações e que outras prisões podem ocorrer em breve. A apreensão aumenta diante da possibilidade de que investigadores estejam se aproximando de Bolsonaro e seus aliados mais próximos.
As fontes consultadas pela jornalista afirmam que a expectativa de uma possível intervenção militar para apoiar Bolsonaro diminuiu drasticamente após a prisão. A crença na possibilidade de um sucesso desse tipo de ação, antes presente entre alguns militares, praticamente desapareceu. A operação, que já havia perdido força antes da prisão, agora é vista como improvável.
A falta de uma estratégia política clara e consistente por parte de Bolsonaro também contribui para o sentimento de descrença. Os militares que o apoiam expressam preocupação com a fragmentação do grupo e a ausência de um plano de ação eficaz para enfrentar os processos judiciais em andamento.
A prisão de Braga Netto, portanto, representa um ponto de inflexão crucial. Para muitos militares próximos a Bolsonaro, o cenário mudou radicalmente, e a perspectiva para o futuro do ex-presidente é vista com muito menos otimismo. A sensação de “agonia”, transmitida pelas fontes da reportagem, pinta um quadro de profunda incerteza e descrença no seio do grupo militar que, até pouco tempo, formava um núcleo de apoio implacável ao ex-presidente. O futuro político de Bolsonaro, em meio a esse cenário de desânimo e incerteza, permanece nebuloso e repleto de desafios.