Para cada 1 real investidos em egressos, estados gastaram R$5 mil com polícias



São Paulo, 22 de agosto de 2023 – Enquanto o investimento em políticas públicas para egressos do sistema prisional estagna, os gastos com segurança pública dispararam nos estados brasileiros em 2023. Um levantamento realizado pela CartaCapital revela uma discrepância alarmante: para cada real investido em programas de reinserção social, os governos estaduais destinaram R$ 5 mil para as forças policiais. A pesquisa destaca a priorização da repressão em detrimento da prevenção e da ressocialização, gerando questionamentos sobre a efetividade das políticas de segurança pública no país.

O estudo analisou os dados de gastos estaduais até julho de 2023, comparando os recursos destinados às secretarias de Administração Penitenciária e de Justiça com os valores investidos nas forças policiais militares. A disparidade encontrada é gritante e demonstra uma falha estrutural no combate à criminalidade. A falta de investimento em políticas de prevenção e reinserção social contribui para o ciclo vicioso da criminalidade, enquanto o aumento exponencial de recursos para a polícia não se traduz, necessariamente, em redução de índices criminais.

O problema não se limita à mera diferença numérica. A priorização da repressão, segundo especialistas consultados pela CartaCapital, reforça um modelo de segurança pública baseado no encarceramento em massa, sem se preocupar com as causas profundas da violência e com a reintegração social dos indivíduos que cumprem pena. Isso gera consequências negativas, como o aumento da população carcerária e a perpetuação de um ciclo de marginalização.

A pesquisa não detalha os valores absolutos investidos em cada área em cada estado, mas a proporção de 1 para 5 mil evidencia um desequilíbrio preocupante. Essa discrepância exige um debate público urgente sobre a necessidade de reformular as políticas de segurança pública, investindo em alternativas mais eficazes que contemplem a prevenção, a reinserção social e a redução da violência de forma sustentável. A ênfase exclusiva na repressão, com investimentos massivos em polícias, demonstra ser uma estratégia ineficaz a longo prazo, que necessita de uma revisão profunda.

Em conclusão, os dados apresentados pela CartaCapital pintam um quadro preocupante da realidade brasileira. A priorização dos gastos com polícias em detrimento de políticas para egressos do sistema prisional demonstra uma visão míope e ineficaz de combate à criminalidade. A urgente necessidade de se investir em ressocialização e prevenção se impõe como medida fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e segura.

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