Países aprovam na COP29 regras para as transações de carbono entre países
Países aprovam regras para transações de carbono na COP29, mas desafios persistem
Dubai, Emirados Árabes Unidos – Após intensas negociações, os países participantes da COP29 aprovaram, nesta sexta-feira (8), um conjunto de regras para regular as transações internacionais de carbono. O acordo, embora celebrado como um passo crucial na luta contra as mudanças climáticas, ainda enfrenta desafios significativos para garantir sua efetividade e evitar a proliferação de mecanismos ineficazes ou fraudulentos.
O principal objetivo das novas regras é criar um mercado global de carbono transparente e confiável, permitindo que países com metas de redução de emissões mais ambiciosas comprem créditos de carbono de nações que conseguiram reduzir suas emissões abaixo do esperado. Este mecanismo, conhecido como Artigo 6 do Acordo de Paris, visa auxiliar países em desenvolvimento a financiar ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, enquanto contribui para a redução global de gases de efeito estufa.
A aprovação das regras, no entanto, não foi isenta de controvérsias. Apesar do consenso final, houve divergências significativas entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento sobre a contabilização dos créditos de carbono gerados por projetos de redução de emissões. Questões cruciais como a dupla contagem (evitar que um mesmo crédito seja contabilizado por mais de um país) e a garantia da aditividade (certificar que a redução de emissões seja adicional e não apenas uma ação que teria acontecido de qualquer forma) foram pontos de acaloradas discussões.
Um dos pontos-chave do acordo é o estabelecimento de um mecanismo para monitorar e verificar as reduções de emissões, visando garantir a integridade ambiental dos créditos de carbono. Apesar da aprovação das diretrizes, a implementação prática destas medidas ainda demandará esforços significativos de todos os países envolvidos. A ausência de um sistema robusto de monitoramento pode levar à ineficiência do mercado de carbono e até mesmo à proliferação de projetos de baixa qualidade, comprometendo os esforços globais de combate às mudanças climáticas.
Embora a aprovação das regras para as transações de carbono na COP29 represente um avanço importante, o sucesso da iniciativa dependerá da sua implementação eficaz e da cooperação internacional. A transparência, a rastreabilidade e a garantia da aditividade serão fundamentais para garantir que este mecanismo contribua efetivamente para a redução das emissões globais de gases de efeito estufa e para o cumprimento dos objetivos do Acordo de Paris. A tarefa agora é transformar o consenso em ação concreta e monitorar de perto os resultados.