Os buracos gigantes que escondem tesouros na China e estão ameaçados por invasão de turistas
Buracos gigantes na China: tesouros milenares ameaçados pelo turismo descontrolado
– As impressionantes dolinas de Guangxi, na China, verdadeiras maravilhas geológicas que escondem segredos milenares, estão sob grave ameaça. O crescente fluxo de turistas, atraídos pela beleza singular e pela promessa de descobrir tesouros arqueológicos, está causando danos irreversíveis a essas formações naturais únicas.
Essas dolinas, conhecidas localmente como “tian keng”, ou “buracos celestiais”, são verdadeiras cavernas gigantes, algumas com mais de 500 metros de profundidade e diâmetro similar. Sua formação, resultado de milhares de anos de erosão, resultou em ecossistemas complexos e frágeis, abrigando uma biodiversidade única e vestígios históricos de valor inestimável. A região abriga mais de 30 dessas dolinas, com algumas apresentando vestígios de antigas civilizações e ecossistemas submersos, preservados em perfeito estado. Apesar de sua beleza exuberante e importância científica e histórica, a ausência de gestão adequada do turismo vem colocando em risco a preservação do patrimônio.
Segundo autoridades locais, o número de visitantes aumentou exponencialmente nos últimos anos, sem acompanhamento adequado. A infraestrutura turística na região ainda é precária, contribuindo para a degradação do ambiente. O impacto negativo vai além da simples compactação do solo. A ação descontrolada de visitantes, somada à falta de controle, leva à destruição de formações rochosas, contaminação dos ecossistemas subterrâneos e ao roubo de artefatos arqueológicos. Estima-se que um aumento de 70% no número de visitantes foi registrado em comparação com o ano anterior, acarretando sérios danos ambientais e patrimoniais. A ausência de conscientização ambiental e a falta de fiscalização contribuem para o problema.
Diante da situação preocupante, autoridades chinesas estão considerando a implementação de medidas mais restritivas para controlar o acesso às dolinas, incluindo a limitação do número de visitantes e a criação de rotas turísticas mais sustentáveis. A prioridade é a preservação desse patrimônio natural e histórico de valor incalculável para as futuras gerações. A longo prazo, investir em infraestrutura turística adequada e educação ambiental são cruciais para equilibrar a preservação com o desenvolvimento econômico da região. O desafio é conciliar a divulgação dessas maravilhas geológicas com a sua proteção eficaz, evitando que o turismo se torne um inimigo da própria beleza que atrai os visitantes.