Orgulho, reconhecimento e ‘reparação’: como repercutiram as indicações de ‘Ainda Estou Aqui’ ao Oscar



Ainda Estou Aqui: Indicações ao Oscar geram orgulho, mas também refletem a luta por reparação

– A animação brasileira “Ainda Estou Aqui”, dirigida por Luiz Bolognesi, alcançou um feito histórico ao receber duas indicações ao Oscar 2024: Melhor Curta-Metragem de Animação e Melhor Canção Original. A notícia, divulgada em 24 de janeiro, gerou uma onda de orgulho e celebração no país, mas também reacendeu o debate sobre a representatividade e a necessidade de reparação histórica no cinema brasileiro.

A conquista representa um marco significativo para a animação brasileira, que raramente alcança reconhecimento em premiações internacionais de tamanha magnitude. A indicação na categoria de Melhor Curta-Metragem de Animação é um sinal de reconhecimento do trabalho de Bolognesi e de sua equipe, que dedicaram anos à produção da obra, inspirada em histórias de sobrevivência de povos indígenas.

Entretanto, a alegria da conquista se mistura a um sentimento de luta por reparação. A própria história da animação, que narra as experiências de um menino indígena e sua relação com a avó, reflete a luta contra o apagamento histórico da cultura indígena no Brasil. Para o diretor, as indicações ao Oscar são “um reconhecimento que ultrapassa o orgulho pessoal e coletivo e se traduz na visibilidade de uma história ainda pouco contada”.

A canção “Banho de Folhas”, composta por Tulipa Ruiz e interpretada por ela e Céu, também concorre na categoria de Melhor Canção Original. A música, integrada à narrativa do filme, reforça a dimensão cultural e espiritual da obra. A inclusão da canção na disputa pelo Oscar demonstra a rica contribuição da música brasileira à produção audiovisual.

A repercussão nas redes sociais foi imediata e intensa, com uma avalanche de mensagens de parabéns e apoio à equipe de “Ainda Estou Aqui”. A conquista é vista por muitos como um símbolo de esperança e um incentivo para a produção de obras audiovisuais que valorizem a diversidade cultural brasileira. No entanto, a discussão sobre a necessidade de políticas públicas que promovam a inclusão e a representatividade na indústria cinematográfica brasileira permanece, destacando a jornada que ainda precisa ser percorrida para alcançar uma equidade de fato. A luta por reparação histórica, segundo os envolvidos, continua a ser tão importante quanto o orgulho pela conquista.

Em suma, as indicações de “Ainda Estou Aqui” ao Oscar representam um momento de grande orgulho para o cinema brasileiro, mas também servem como um poderoso lembrete da importância da luta por representatividade e reparação histórica, garantindo que histórias como a dos povos indígenas continuem a ser contadas e ouvidas.

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