Orbán anuncia que convidará Netanyahu à Hungria para ‘desafiar’ ordem de prisão do TPI
Budapeste, 22 de novembro de 2024 – O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, anunciou nesta sexta-feira que convidará o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a visitar a Hungria. A visita, segundo Orbán, serve como uma demonstração de desafio à ordem de prisão emitida pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra Netanyahu.
A declaração de Orbán foi feita em uma entrevista coletiva após uma reunião com o chefe da delegação do Parlamento Europeu, David Sassoli, em Budapeste. O primeiro-ministro húngaro enfatizou que a Hungria não reconhece a legitimidade do TPI e que considera a ordem de prisão contra Netanyahu uma violação da soberania israelense. Ele não especificou uma data para a visita de Netanyahu, apenas afirmando que o convite já foi feito.
Orbán alegou que a decisão do TPI é politicamente motivada e parte de uma campanha para minar Israel. Ele afirmou que a Hungria apoia firmemente Israel e se recusa a cooperar com o TPI nesse caso específico. A Hungria, assim como Israel, não é signatária do Estatuto de Roma, que criou o TPI.
A ordem de prisão contra Netanyahu foi emitida pelo TPI em março deste ano e se relaciona a acusações de crimes de guerra relacionados ao conflito entre Israel e os palestinos na Faixa de Gaza. O TPI alega que Netanyahu estaria envolvido em ações que causaram sofrimento desnecessário à população civil. Netanyahu nega veementemente as acusações.
A decisão de Orbán de convidar Netanyahu para a Hungria, numa clara demonstração de apoio, gera novas tensões na relação entre a União Europeia e a Hungria, que já é marcada por divergências em diversas áreas. A resposta da comunidade internacional à iniciativa húngara ainda é aguardada, mas espera-se que o gesto seja criticado por alguns países que apoiam a jurisdição do TPI.
A visita de Netanyahu, caso ocorra, promete ser um evento altamente simbólico, reforçando a posição contrária de Orbán ao TPI e colocando mais uma vez a Hungria em um confronto direto com a comunidade internacional. A reação de outros países membros da União Europeia a esta demonstração de apoio por parte da Hungria a Netanyahu, frente a decisão do TPI, deverá ser observada com atenção nos próximos dias e semanas.