ONU denuncia ‘métodos de guerra’ de Israel na Cisjordânia
ONU denuncia métodos de guerra de Israel na Cisjordânia
– A ONU divulgou um relatório contundente nesta quinta-feira (24) denunciando os métodos de guerra empregados por Israel na Cisjordânia ocupada. O documento, elaborado pela Divisão de Direitos Humanos da ONU para os Territórios Palestinos Ocupados (OCHA), aponta para um aumento alarmante de violência e violações dos direitos humanos cometidas pelas forças israelenses contra a população civil palestina.
O relatório destaca o aumento significativo de demolições de propriedades palestinas em 2023. Até julho, foram registradas 496 demolições, resultando na destruição de 785 estruturas e afetando 1.008 palestinos, incluindo 508 crianças. Essa cifra representa um aumento de 39% em comparação com o mesmo período de 2022. A OCHA aponta que, frequentemente, essas demolições são realizadas sem aviso prévio, deixando as famílias desabrigadas e sem acesso a recursos básicos.
As operações militares israelenses, de acordo com o relatório, também têm sido marcadas por um uso excessivo da força, atingindo indiscriminadamente civis e causando vítimas fatais. O documento destaca que, muitas vezes, são utilizados métodos de guerra que não distinguem entre combatentes e civis, ferindo gravemente o direito internacional humanitário. A ONU também expressou preocupação com o aumento do número de prisões arbitrárias e a crescente violência perpetrada por colonos israelenses contra palestinos.
O relatório menciona especificamente a crescente taxa de ferimentos causados por munição real, granadas de gás lacrimogêneo e balas de borracha disparadas pelas forças de segurança israelenses. As consequências dessas ações afetam diretamente a saúde e a segurança da população civil palestina, agravando a situação humanitária já crítica na região. O aumento significativo de demolições, a violência indiscriminada e as prisões arbitrárias demonstram, segundo a ONU, uma clara violação do direito internacional e dos direitos humanos fundamentais da população palestina na Cisjordânia ocupada.
A ONU, diante da gravidade da situação, reitera o apelo à comunidade internacional para que exija a responsabilização de Israel por essas violações. O relatório serve como um alerta urgente para a necessidade de intervenção internacional para proteger a população civil palestina e garantir o respeito aos direitos humanos na Cisjordânia ocupada. A organização solicita, também, uma investigação completa e independente de todas as alegações de violações dos direitos humanos. O documento finaliza com um clamor pela necessidade de uma solução pacífica e justa para o conflito israelo-palestino, baseada no respeito ao direito internacional e à dignidade humana.