Ódio, fanatismo e ‘indústria de desinformação’ de Bolsonaro impulsionaram o 8/1, diz Gilmar Mendes
Ódio, fanatismo e desinformação: Gilmar Mendes aponta fatores cruciais para os atos de 8 de janeiro
– O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atribuiu a uma combinação de ódio, fanatismo e uma indústria de desinformação impulsionada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro os atos de vandalismo ocorridos em Brasília no dia 8 de janeiro. Em entrevista concedida à CartaCapital, Mendes teceu duras críticas ao comportamento do grupo que invadiu e depredou as sedes dos Três Poderes, responsabilizando diretamente a disseminação de narrativas falsas e o clima de polarização exacerbado pelo governo anterior.
Segundo Mendes, a violência do 8 de janeiro não foi um acontecimento espontâneo. Ele argumentou que a invasão dos prédios públicos foi o resultado de um longo processo de construção de narrativas falsas e incitação à violência, alimentado por uma “indústria de desinformação” que encontrou terreno fértil em um público suscetível a crenças conspiratórias e ao discurso de ódio. O ministro ressaltou a gravidade das ações, que considera uma tentativa de golpe de Estado, e a necessidade de responsabilizar todos os envolvidos, desde os financiadores até os executores dos atos.
A entrevista de Gilmar Mendes destaca a dimensão do planejamento prévio dos atos. O ministro sugere que a organização e mobilização dos manifestantes foram meticulosamente arquitetadas, com o objetivo de desestabilizar as instituições democráticas brasileiras. Ele não poupou críticas ao papel desempenhado pelas redes sociais na disseminação das fake news e na radicalização dos apoiadores de Bolsonaro, afirmando que a plataforma se tornou um ambiente propício para a incitação à violência e à desordem civil.
Para o ministro, a gravidade dos atos de 8 de janeiro transcende a mera depredação de patrimônio público. Trata-se, em sua avaliação, de um ataque direto à democracia e às instituições brasileiras, representando um risco significativo para a estabilidade do país. Mendes defendeu a necessidade de aprofundar as investigações para identificar todos os responsáveis e aplicar as sanções cabíveis, garantindo que atos dessa natureza não se repitam no futuro. A entrevista reforça a preocupação com a polarização política e a disseminação de desinformação como ameaças crescentes à democracia brasileira.
Em suma, a declaração de Gilmar Mendes reforça a gravidade dos acontecimentos de 8 de janeiro e aponta para a necessidade de uma reflexão profunda sobre o papel da desinformação na polarização política e a importância de combater a disseminação de narrativas falsas que possam incitar a violência e a desestabilização democrática. A responsabilidade de todos os envolvidos, direta ou indiretamente, nos atos de vandalismo, precisa ser apurada e punida, segundo o ministro, a fim de garantir a segurança das instituições e a preservação da democracia.